Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Informações Geocientíficas Experimentais

Sobre a publicação - Proposta Metodológica para Identificação e Mapeamento de Áreas Verdes Urbanas no Brasil

As cidades são, atualmente, os espaços de maior concentração de pessoas, e suas demandas, sempre crescentes, impulsionam a oferta de múltiplos serviços, a expansão das infraestruturas de transporte essenciais à mobilidade e a ampliação das áreas construídas para habitação, o que termina por transformar as áreas urbanizadas em espaços antropizados bastante impermeabilizados, comprometendo, no longo prazo, os ciclos dos sistemas ambientais e, muitas vezes, também a qualidade de vida de seus habitantes.

Por reconhecer tais questões, a Organização das Nações Unidas - ONU adotou, em 2015, a Agenda 2030 para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável - ODS, cujo plano de ação global, composto por 17 objetivos e 169 metas, estabelece o ODS 11 - Cidades e comunidades sustentáveis, que tenciona tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis. Entre os indicadores e parâmetros que visam monitorar o alcance desse objetivo específico, sobressaem os dados de cobertura vegetal inserida na malha urbana, em razão dos diversos benefícios, ou serviços ecossistêmicos, proporcionados à população: melhoria da qualidade do ar; mitigação de impactos com inundações, deslizamentos de terras, ondas de calor e outros eventos climáticos extremos; manutenção da segurança hídrica; melhoria na saúde geral; e provimento de áreas para recreação. As áreas verdes urbanas recebem, por conseguinte, especial atenção nos ODS, mais precisamente no Indicador 11.7.1 - Proporção da área construída das cidades que é espaço público aberto para uso de todos, por sexo, idade e pessoas com deficiência, que busca medir o acesso da população urbana às áreas abertas, incluindo as áreas verdes.

Somando-se aos importantes compromissos assumidos pelo IBGE no que respeita à coordenação do processo de construção de indicadores voltados à internalização e ao monitoramento da Agenda 2030 no Brasil, esta publicação apresenta uma proposta metodológica para identificação e mapeamento das áreas verdes urbanas no País, de forma a prover insumos para o planejamento ambiental das cidades.

O presente estudo, cumpre realçar, tem natureza experimental e suas estatísticas, obtidas a partir de um teste-piloto realizado nas Cidades de Guarulhos, em São Paulo, e Palmas, no Tocantins, estão sob avaliação porque ainda não atingiram um grau completo de maturidade em termos de metodologia, harmonização ou cobertura. Espera-se, contudo, que as considerações técnicas e as análises ora apresentadas possam subsidiar o desenvolvimento de uma metodologia adequada para a construção e o cálculo de indicadores sobre áreas verdes urbanas em todo o Brasil, em alinhamento com o Programa Cidades+Verdes, desenvolvido pelo Ministério do Meio Ambiente, e com a agenda internacional, notadamente representada pelo ODS 11.