!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Strict//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-strict.dtd">

Projeto de Reformulação das Pesquisas Domiciliares Amostrais do IBGE - Primeiro Fórum

O Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares Amostrais e a Informação Conjuntural sobre Mercado de Trabalho

Fórum técnico – SIPD

1ª Parte – Manhã

1. Introdução

Wasmália Bivar (IBGE)
Apresenta o andamento do projeto de integração das pesquisas domiciliares amostrais.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Apresenta o estágio atual do projeto de integração e o modelo do questionário do Reino Unido que tem servido como exemplo de reflexão sobre a integração das pesquisas domiciliares amostrais.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Ressalta a necessidade de se ter na PNAD a renda não monetária de uma família e também a informação sobre o acesso às tecnologias de produção. Devem constar informações sobre o fato de alguém na família ter uma atividade não agrícola, o trabalho infantil e a existência de outra fonte de renda na família. A PNAD investigaria também a atividade agropecuária. Não seria uma pesquisa de empresa, mas domiciliar, a unidade de análise seria a família.

Através da investigação da parcela da renda da família originada pela atividade agropecuária e da tecnologia utilizada para desenvolver esta atividade, pode-se, por exemplo, saber o impacto do PRONAF (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Para medir pobreza é necessário que a unidade de análise seja a família. Também é necessário saber o que a família faz adicionalmente à agricultura, por exemplo, que atividade tem na área urbana ou fora do âmbito da atividade agropecuária. A PPV (Pesquisa de Padrões de Vida) tem um módulo especial sobre estabelecimentos agropecuários, com a estrutura de produção desenvolvida.

Wasmália Bivar (IBGE)
Para termos uma boa medida de renda da atividade, é necessário indagar, no estabelecimento, a produção desenvolvida, o modo e o destino desta. Faltam ainda estimativas do segmento agropecuário (agronegócio e agricultura familiar), ou seja, uma medida corrente do setor agropecuário.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Esta discussão é um pouco parecida com o consumo na POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) e o consumo no comércio. Quando investigamos este último, há algumas estimativas globais, ao passo que na POF, o interesse é o de verificar como o consumo afeta a vida das pessoas. O Ricardo está demandando, na verdade, uma ECINF (Pesquisa da Economia Informal) rural.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
É importante saber sobre a estratégia familiar de produção: quem produz alimento e quem está passando fome. Se as famílias que produzem alimentos, por exemplo, são aquelas que possuem crianças trabalhando na indústria de carvão. Uma ECINF rural forneceria alguma informação sobre a tecnologia utilizada pela família. Deveria também estar interligada com outros temas ou outros módulos, pois é importante no sentido de se obter o impacto tido sobre saúde, trabalho infantil, nutrição, educação e etc.

Wasmália Bivar (IBGE)
Muitas dessas medidas do setor agropecuário podem ser obtidas a partir do Censo Agropecuário. O IBGE irá propor um sistema de pesquisa agropecuárias com estimativas de produção e outras econômicas e medidas próprias deste segmento por áreas.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Neste caso, o problema é que não há como se recompor a renda familiar. Somente a renda do setor agrícola é computada e não a do setor não agrícola. Como a unidade de análise não é a família, torna-se importante a integração com os demais módulos além daquela entre a PNAD e o Censo Agropecuário.

Comentários sobre o diagrama do Reino Unido - como cada bloco é perguntado para um grupo de famílias diferentes, há um problema: a pesquisa não permite associar mercado de trabalho, educação e pobreza, por exemplo. “Isso é um grave problema porque vai na contramão de uma PPV que o Banco Mundial faz. A pesquisa só analisa as condições de vida mas não analisa causa e efeito.”

Como relacionar temas da 1ª entrevista com aqueles investigados em outras entrevistas? Pode-se ter resultados em uma parte e causas daqueles resultados em outra parte. Exemplo: saúde pode ser a causa da pobreza, as características da saúde são indagadas em uma família e as características da pobreza, em outra família.

Alicia Bercovich (IBGE)
Existem trabalhos de Leslie Kish que falam sobre esta integração dos temas.

Sônia Albieri (IBGE)
No exemplo do Reino Unido, os temas são distribuídos por entrevistas, logo, a mesma família responde a todos temas de causa e efeito.

Danielle Carusi Machado (IBGE)
O IBGE ainda vai identificar as características mais importantes e fixá-las. Exemplifica com o caso do Reino Unido onde as características demográficas e algumas de mercado de trabalho são as fixas.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Insiste com o argumento de que pobreza pode estar relacionado à saúde, por exemplo, e no novo sistema perde-se a correlação entre as variáveis.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
De qualquer forma, ainda não foi definido como os temas serão organizados no instrumento da coleta e esta discussão estará sendo considerada. Com relação à concepção do projeto Pesquisa Integrada PNAD/PME, serão produzidos indicadores trimestrais de curto prazo sobre mercado de trabalho.

João Sabóia (IE/UFRJ)
Trimestre móvel?

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Trimestre fixo, mas este tema será aprofundado ao longo da apresentação.

Com relação aos temas fixos, alguns já foram definidos ao longo do Comitê PNAD, como educação e fecundidade. No tocante à abrangência geográfica: Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões Metropolitanas que incluem os municípios das capitais, as áreas urbanas e rurais.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Qual é o esquema de rotação? O trimestre é móvel ou fixo? Ser trimestral ou mensal não faz muita diferença, contudo, ser trimestre móvel ou fixo faz toda diferença.

João Sabóia (IE/UFRJ)
Haverá informação do interior do Brasil? Tal como é o modelo mexicano: cidades menores. Atualmente, em relação ao mercado de trabalho é importante observar o seu funcionamento no interior do país.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Este detalhamento será apresentado durante a exposição da amostra mestra e da pesquisa integrada PNAD/PME.

Com relação às POF´s, a POF completa segue o modelo da de 2002/3. A próxima POF será realizada em 2007/8 e a coleta será iniciada em agosto de 2007. A previsão é de que a POF simplificada (também nacional) seja feita anualmente.

Em dezembro deste ano (2006), será realizado um teste da POF completa sobre o consumo efetivo.

O conteúdo temático da POF 2007/8 é similar ao da de 2002/3 com alguns ajustes/acréscimos além de um módulo diferente.

Em princípio, o modelo da POF simplificada será usado para monitorar a estimativa de consumo ao longo do tempo. O questionário será menor (por exemplo, não contempla a antropometria, que segundo especialistas pode ser investigada de 5 em 5 anos). As despesas, os rendimentos e algumas características do domicílio, da família e das pessoas deverão permanecer no instrumento de coleta, principalmente, porque segundo a ótica enfatizada por Ricardo Paes e Barros (IPEA), são aspectos que podem ser considerados como causas da situação da pessoa em termos de consumo e rendimento. Também será mantido o módulo de avaliação subjetiva.

Francisco (LCA Consultoria)
Há a possibilidade de alguns desses temas investigados pela POF completa serem investigados, pelo menos uma vez por ano, pela POF simplificada, como por exemplo, os bens de consumo duráveis ou outros tópicos que podem auxiliar a formação das contas nacionais (como formação do consumo das famílias)?

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Estamos estudando as alternativas. As motivações principais do projeto POF simplificada são: melhorar a estimação do consumo em Contas Nacionais, principalmente o consumo das famílias e atualizar a linha de pobreza. Contudo, não é objetivo desta pesquisa servir para atualizar a estrutura de ponderação do índice de preços. Neste caso, o dado deve estar em um nível muito desagregado.

É necessário refletir sobre os níveis de desagregação desejáveis para atender os objetivos da pesquisa POF simplificada. Incluiremos níveis mais agregados de alimentos, como apenas cereais, ao invés de incluir o arroz, etc, como exemplo, como foi a linha adotada pela PPV? O IBGE promoverá um fórum mais detalhado sobre este assunto.

Quando se pensa na integração das pesquisas, uma das principais tarefas é definir os temas de forma que sigam uma determinada lógica conceitual. Nas estatísticas sociais, não há um arcabouço único para determinar o elenco de variáveis fundamentais, tal como nas estatísticas econômicas ou nas Contas Nacionais. Decorre deste fato a maior dificuldade na delimitação do instrumento de coleta.

Na alocação dos temas na pesquisa ou no tempo, deve-se ter presente o argumento de “causa e efeito” apresentado pelo Ricardo Paes e Barros (IPEA). A questão principal refere-se à seleção dos temas e ao seu encadeamento. A lista de temas apresentada atualmente é viesada para o que há hoje, em termos de demanda e pesquisas existentes. Até abril, existirá uma primeira proposta sobre a formulação estruturada dos temas, a ser discutida com os usuários posteriormente.

A segurança alimentar (EBIA – Escala Brasileira de Insegurança Alimentar) e o uso do tempo podem ser suplementos, por exemplo. Na experiência internacional, a vitimização e a saúde são temas para pesquisas independentes. Atualmente, a pesquisa de saúde é um suplemento da PNAD, a ser realizada novamente em 2008. A pesquisa de vitimização ocorrerá em 2008 e, devido à sua complexidade, será um levantamento independente da produção regular do IBGE.

Atualmente, o IBGE está na etapa de escolher temas e de definir a sua integração. Será feito um desenho ideal passível de ajustes posteriores. O mês de abril é o prazo para o IBGE ter uma formulação minimamente estruturada do instrumento de coleta. Posteriormente, será aberta a discussão com os usuários.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Indica alguns outros temas na referida lista de temas: acesso dos trabalhadores aos serviços públicos (intermediação de mão-de-obra, qualificação profissional, etc), acesso dos jovens aos diversos programas do governo e informações sobre as pessoas cuidadoras de idosos.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Com relação aos idosos, essa questão pode ser captada pela abordagem do uso do tempo, que pode ser um caminho para a estruturação dos temas.

Cláudio Dedecca (Unicamp)
Destacou a importância de mudar o enfoque da captação do trabalho de uma dimensão da ocupação para uma de uso do tempo. Realiza as seguintes perguntas sobre o questionário: qual a cobertura de temas da nova pesquisa? quais são os prazos? quais são as compatibilidades com os questionários atuais? como as mudanças da PNAD se relacionam com o censo contínuo? há necessidade de implementação das duas pesquisas?

Wasmália Bivar (IBGE)
Explica a etapa do projeto de Censo Contínuo no IBGE (etapa de estudo e formulação do projeto) e as experiências internacionais: EUA e França. A experiência francesa substitui o censo completamente e a americana substitui o questionário completo do censo, acumulando informação para o período de 5 anos. São países que possuem registros administrativos de melhor qualidade do que os nossos.

O Censo Contínuo exige uma infra-estrutura de organização das informações que atualmente não há em nosso país. No próximo ano, será feito o Censo Agropecuário e a Contagem Populacional em municípios com menos de 170.000 pessoas. A partir daí, o IBGE investirá na construção de um cadastro de endereços. A capacidade de realizar o Censo Contínuo estará associada à construção dessa infra-estrutura de cadastro de endereços e de atualização das áreas e dos endereços.

O detalhamento temático será menor do que no SIPD, sendo o ponto forte o detalhamento geográfico e a demografia.

2. Discussão sobre a Amostra Mestra

Marcos Paulo (IBGE)
A amostra mestra corresponde a um conjunto de unidades de área selecionadas de um cadastro, segundo um método probabilístico de seleção, de forma que seja possível selecionar subamostras para as diversas pesquisas.

A principal diferença dos procedimentos amostrais atuais é que, na Amostra Mestra, os setores censitários serão usados por todas as pesquisas. Atualmente, cada pesquisa usa um determinado grupo de setores. No caso da PME, como há rotação de domicílios, em uma década, o setor, como um todo, é esgotado, não sendo factível sua utilização para outra pesquisa.

Algumas vantagens da Amostra Mestra: custos de seleção partilhados pelas pesquisas, melhor conhecimento da área, análise mais “rica” do resultados e flexibilidade para a investigação de novos temas.

Existem também alguns riscos que precisam ser controlados:

  • Desgaste do informante: os mesmos setores são utilizados para todas as pesquisas, mas não os domicílios.
  • Desenho amostral compartilhado: não é o melhor desenho amostral para cada pesquisa separadamente, mas é o melhor desenho para todas pesquisas conjuntamente.
  • Não adequação para algumas pesquisas específicas.
  • Maior complexidade na administração e controle da amostra, requerendo estrutura funcional própria para essa tarefa: mesmo setor para todas pesquisas (controle de seleção de domicílios específicos para cada pesquisa).

A Amostra Mestra cobrirá todo o território nacional.

Na pesquisa integrada PNAD/PME, o número de domicílios visitados em um ano ficou muito próximo ao do total visitado na PNAD e na PME atuais.

O número de setores na amostra da pesquisa integrada ficou aproximadamente 20% maior que o encontrado atualmente nas duas pesquisas PNAD e PME (veja tabela 3 nos slides). Devido às estratificações (geográfica e de renda), há um maior espalhamento da amostra, que pode implicar em um custo mais elevado. Esse custo mais alto, por sua vez, poderá ser compensado pelo compartilhamento dos setores por todas as pesquisas domiciliares amostrais.

3. A Pesquisa Integrada PNAD/PME

Danielle Carusi Machado (IBGE)
A pesquisa integrada PNAD/PME adotará o conceito de trabalho da PME, que foi revisto em 2001, considerando ajustes para a investigação área rural e da atividade agrícola.

A periodicidade da pesquisa integrada será trimestral, atendendo à recomendação da OIT de que as medidas a curto prazo devem captar a sazonalidade.

A abrangência geográfica da pesquisa será Brasil, Grandes Regiões, Unidades da Federação e Regiões metropolitanas que incluem os municípios das capitais.

A pesquisa integrada PNAD/PME tem por objetivo básico estimar a desocupação trimestralmente em níveis geográficos diversos. Por essa razão, é a mais exigente em termos da utilização da Amostra Mestra de setores.

O esquema de rotação adotado terá algumas vantagens em termos de distribuição e acumulação dos temas investigados. Alguns deles, a serem pesquisados, já foram definidos durante o projeto Comitê da PNAD bem como os tópicos que farão parte do corpo básico (características do domicílio, dos moradores, de educação, de trabalho e rendimento, etc) ou de suplementos fixos (migração, nupcialidade, qualificação de trabalhadores, etc).

Um dos assuntos surgidos na Confest refere-se ao porquê dos dados serem divulgados trimestralmente?

São apresentadas duas justificativas do IBGE:

1. Os estudos do IBGE mostram que as variações mensais, geradas pela PME, para vários indicadores não são significativas.
2. As pesquisas de trabalho, de emprego, de desocupação na maioria dos países são trimestrais, excetuando-se Austrália, Canadá e Estados Unidos.

Para cada país, foi apresentado o nível de desagregação geográfica, a periodicidade e o esquema de rotação adotado na pesquisa de trabalho, de emprego e de desocupação.

Guilherme (Tendências)
A quebra da série é o maior problema. Demonstra preocupação com relação à manutenção de informações para as regiões metropolitanas da PME.

Lauro Ramos (IPEA)
Alerta que a última mudança na PME já foi muito profunda e sugere que seja acrescentada alguma pergunta no questionário que permita a recomposição da série.

Paula Montagner (Ministério do Trabalho e Emprego)
Solicita uma recomposição para as unidades da federação com a série histórica da PNAD porque esta é importante para as políticas públicas.

2ª parte - Tarde

4. Os esquemas de rotação

Marcos Paulo (IBGE) apresentou os esquemas de rotação propostos e estudados pelo IBGE.

O esquema 1-2(4):

O domicílio fica 1 mês na amostra e sai por dois meses, este processo é repetido 4 vezes. No primeiro trimestre, existem domicílios que estão na 1ª , 2ª, 3ª ou 4ª entrevista em todos os meses do trimestre (Veja quadro 1 abaixo).

Quadro 1 – O esquema de rotação 1-2(4)

Para compor a amostra do primeiro trimestre, devem ser juntados e acumulados os 4 painéis do primeiro mês (A1, A4, A7, A10), os 4 painéis do segundo mês (A2, A5, A8, A11) e os 4 painéis do terceiro mês (A3, A6, A9, A12). As amostras são independentes. Cada quadrado é um conjunto de setores censitários de seus respectivos domicílios. Logo, se utilizarmos as informações do primeiro para o segundo trimestre, saem três quadrados (A1, A2 e A3) e entram três outros novos (B1, B2 e B3): os setores são os mesmos, contudo os domicílios são diferentes. De um trimestre para outro, 75% da amostra de domicílios é comum.

A amostra do primeiro trimestre é formada pelos painéis A1 a A12. Nestes, os números A(número) representam o grupo dos setores censitários e as letras representam os painéis dos domicílios daqueles setores. São estes 12 painéis (A1 a A12) que compõem a amostra do primeiro trimestre.

Quando se passa para o segundo trimestre, o A1, A2 e A3, que já estavam na quarta entrevista no primeiro trimestre, saem da amostra e são substituídos pelos painéis B1 , B2 e B3. Os setores são os mesmos, contudo, os domicílios mudam. Logo, ao se comparar um trimestre com o seguinte, há sobreposição amostral de domicílios de 75%. No caso do primeiro mês do trimestre T com o primeiro mês do trimestre T+1, também haverá sobreposição amostral de 75% (1/4 da amostra é nova). De um ano para outro, a amostra é totalmente diferente, o primeiro trimestre do ano 1 é completamente diferente do primeiro trimestre do ano 2.

Para a sobreposição mês a mês dentro do mesmo trimestre: as amostras dentro do trimestre, mês a mês, são independentes, tanto de setores quanto de domicílios. Um mês para dois meses depois, idem. Um mês para três meses seguintes, haverá 75% de sobreposição amostral. Haverá esta variabilidade de sobreposição.

Na PME atual, esta sobreposição é diferente. A correlação do primeiro mês com o quarto mês será provavelmente maior, logo, ao estudar sazonalidade esta mudança deverá ser considerada.

Na estimativa por trimestre móvel, a sobreposição mês a mês será a mesma. A sobreposição mês a mês é igual (até uma grande sobreposição), ou seja, é factível fazer trimestre móvel.

O esquema 1-2(5)

Aparece uma visita a mais, o domicílio permanece 5 trimestres na amostra, há uma maior sobreposição de um trimestre para o trimestre seguinte (80%) e uma sobreposição anual de 20% (de um trimestre do ano 1 para o mesmo trimestre do ano 2).

A principal diferença entre os esquemas de rotação 1-2(4) e 1-2(5) é a sobreposição anual.

Nos esquemas propostos, não ocorre esgotamento dos setores com a pesquisa integrada ao longo dos dez anos. Ainda sobram domicílios para serem usados para as outras pesquisas.

Quadro 2 – O esquema de rotação 1-2(5)

A pesquisa integrada é a mais exigente em termos de Amostra Mestra, pois é contínua e gera estimativas com maior grau de detalhamento.

A Amostra Mestra é a base de tudo e a pesquisa integrada restringe muitas de suas definições. O esquema de rotação define o potencial de todo o sistema de informação. A amostra da POF 2007-2008, desenhada a partir da Amostra Mestra, depende da decisão que será tomada com relação ao esquema de rotação.

A tabela 1 mostra o número de amostras de domicílios não sobrepostas no setor. Considerando que um setor possui, em média, 250 domicílios, (a amostra de domicílios no setor para a pesquisa integrada é de 14 domicílios) é possível construir dentro de cada setor, aproximadamente 18 amostras de 14 domicílios (250 domicílios/14 = 18 grupos de 14 domicílios, aproximadamente).

Tabela 1 - Amostras não sobrepostas de domicílio no setor

Amostras não sobrepostas de domicílio no setor 1-2(4) 1-2(5) 2-2-2
Total 18 18 18
Necessárias em 10 anos 11 8 ou 9 11
"Sobra" 7 10 ou 9 7

Para a pesquisa integrada, no esquema de rotação 1-2(4), no período de 10 anos, são necessárias 11 amostras de 14 domicílios dentro de um setor, sobrando 7 amostras deste setor para outras pesquisas. No esquema de rotação 1-2(5), são necessárias 8 ou 9 amostras de 14 domicílios dentro de um setor, sendo a sobra de 10 ou 9 amostras. Por isso podemos usar o mesmo setor para várias pesquisas.

Hoje na PME, no esquema de rotação 4-8-4 (o domicílio é entrevistado por 4 meses consecutivos, sai da amostra 8 meses e volta nos 4 meses seguintes), são necessárias 18 amostras de 14 domicílios. Por isso, evita-se que o setor seja o mesmo, senão o domicílio investigado pela PME, com certeza, também o seria nas demais pesquisas.

Quadro 3 - O esquema de rotação 4-8-4

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Vai existir algum ajuste para o crescimento populacional de outras áreas? Ou isto será feito apenas pelo fator de expansão? Como considerar o crescimento populacional?

Marcos Paulo (IBGE):
Não adotaremos a metodologia de Novas Construções tal como existe hoje. Na forma de atualização do cadastro, será considerado o crescimento populacional incorporado no fator de expansão. Esta parte da atualização está começando a ser estudada: como conjugar com o Cadastro de Endereços que está sendo criado? Com o referido cadastro, é possível atualizar o fator de expansão, não sendo necessário o estudo de novas construções.

Voltando para as vantagens e desvantagens, observamos que, em termos de “sobra”, o esquema 1-2(5) é melhor pois há mais amostras disponíveis para as demais pesquisas. Nos outros esquemas (1-2(4) e 2-2-2), também há sobra de amostras suficientes para as outras pesquisas. O setor não vai ser esgotado na década em nenhum dos casos. O esquema 2-2-2 apareceu na Confest e nas experiências internacionais. Por isso que este esquema foi incluído.

Na tabela 2, apresentamos o tamanho da amostra de domicílios da pesquisa integrada para cada um dos esquemas no mesmo trimestre e ano. Neste caso, os tamanhos das amostra para todos esquemas são iguais.

Tabela 2: Tamanho da amostra de domicílios

  1-2(4) 1-2(5) 2-2-2
Mês 53 200 53 200 53 200
Trimestre 159 600 159 600 159 600
Ano – total 638 400 638 400 638 400
Ano – diferentes 279 300 255 360 359 100
Ano - por visita 159 600 127 680 159 600

Com relação aos domicílios diferentes na amostra do ano, todos os esquemas têm um tamanho de amostra razoável. Se quiser aplicar um questionário para todas visitas e depois acumular no final do ano, há uma amostra razoável (acúmulo de domicílios diferentes). Se a estratégia for distribuir os temas desta forma, todos os esquemas fornecem um tamanho de amostra aceitável.

Quando o interesse é o número de domicílios diferentes por visita (5ª linha da tabela 2), o esquema 1-2(5) tem um tamanho de amostra menor do que o da amostra da PNAD atual. Se a estratégia for alocar os temas pelo número da entrevista (por exemplo, em todas as primeiras visitas, os domicílios respondem sobre as características dos domicílios), no esquema de rotação 1-2(5), o tamanho da amostra será inferior ao da PNAD atual. Nos demais esquemas, o tamanho da amostra é superior ao da PNAD atual. Neste caso, o esquema de rotação 1-2(4) (mesma precisão que tem no trimestre, tamanho de amostra igual ao tamanho do trimestre) é melhor que o esquema de rotação 1-2(5).

Na tabela 3, constam os cálculos da sobreposição trimestral e anual dos diferentes esquemas. O 1-2(5) tem uma leve vantagem. No esquema de rotação 1-2(4), de um trimestre para outro trimestre seguinte, há sobreposição da amostra de 75%. No esquema de rotação 1-2(5), de um trimestre para outro trimestre seguinte, há sobreposição da amostra de 80%. No esquema 2-2-2, a sobreposição de um trimestre para outro é de 50%.

Tabela 3 - Sobreposição da amostra

  1-2(4) 1-2(5) 2-2-2
Trimestre t / Trimestre (t-1) 75% 80% 50%
Trimestre t / Trimestre (t-4) 0% 20% 50%

Quando se analisa o trimestre de um ano com o mesmo trimestre do ano seguinte, no esquema de rotação 1-2(4) não há sobreposição. No esquema 1-2(5), está é de 20% de um trimestre de um ano para o mesmo trimestre do ano seguinte.

No esquema 2-2-2, esta sobreposição anual é de 50%.

A vantagem do esquema 1-2(5) em relação ao 1-2(4) reside no fato de haver maior sobreposição trimestral além da anual. A referida sobreposição é do endereço do domicílio. A pesquisa é repetida no endereço, mas isto não significa que a mesma família esteja residindo neste local.

Atualmente, a PME tem sobreposição anual esperada de 50%. Pode-se perder pessoas em função de: (i)mudança (deve-se ter um mecanismo de identificação para controlar se a pessoa é a mesma da entrevista anterior e, (ii) os domicílios podem estar fechados.

Cimar Azeredo (IBGE)
A sobreposição real anual da PME atual é de cerca de 30%. Nas 4 primeiras entrevistas, este emparelhamento pode ser feito através do nome da pessoa. Supondo-se que em uma família composta por um casal e filho, se o marido morre, a esposa passa a ser a pessoa de referência da família. Neste caso, não ocorre emparelhamento, é como se fosse outra família dentro do mesmo domicílio. Não há um estudo de acompanhamento dos indivíduos como é realizado na Argentina.

Marcos Paulo (IBGE):
A sobreposição interfere na qualidade da estimativa da diferença de um trimestre para outro e de um ano para outro. Quanto maior a sobreposição, maior a qualidade desta estimativa, evitando-se grandes mudanças nesta.

Alguns estudos foram feitos para avaliar o efeito da sobreposição na qualidade da estimativa. A tabela 4 mostra a estimativa da variação de um trimestre com o trimestre seguinte e de um trimestre com o trimestre do ano seguinte, usando duas variáveis (ocupação e desocupação). Isto foi feito para os três esquemas. Como base foi decidida que a variância da estimativa do parâmetro no mês é igual a um, logo, a comparação foi feita com este número. Quanto menor o valor apresentado na tabela 4, melhor é a estimativa desta variação. Considerando-se um trimestre em relação ao seguinte, observamos que o esquema de rotação 2-2-2 é o que apresenta o maior valor (0,37), ou seja, quase duas vezes maior que os demais esquemas de rotação. Isto ocorre porque, neste esquema, há uma sobreposição amostral, de um trimestre para o trimestre seguinte, inferior à apresentada nos demais esquemas.

Tabela 4 – Precisão da estimativa

Variância da diferença (ocupação) 1-2(4) 1-2(5) 2-2-2
Trimestre t / Trimestre (t-1) 0,23 0,20 0,37
Trimestre t / Trimestre (t-4) 0,67 0,56 0,41
Variância da diferença (desocupação)      
Trimestre t / Trimestre (t-1) 0,44 0,43 0,52
Trimestre t / Trimestre (t-4) 0,67 0,63 0,58

Por outro lado, quando comparamos o trimestre de um ano com o trimestre do ano seguinte, o esquema de rotação 2-2-2 é o de menor valor (0,41). Este fato é explicado pela maior sobreposição amostral no ano (50%) deste esquema em relação aos demais: no esquema 1-2(4) não há sobreposição anual e no 1-2(5), a sobreposição amostral é de apenas 20%.

Se o interesse é o de melhorar a qualidade da estimativa da diferença de um ano para outro, os esquemas 1-2(4) e 1-2(5) não são muito diferentes. O esquema 1-2(5) apresenta os menores valores tanto para ocupação, quanto para desocupação.

Em relação à volatilidade, foi realizado um estudo no IBGE1 com dados da PME avaliando a estimativa de amostras com sobreposição e a estimativa com amostras independentes. Ou seja, se tivéssemos amostras totalmente independentes de um ano para outro, ocorreriam picos na estimativa? O estudo mostra que isto não ocorre.

Para a melhoria da precisão e para a questão da volatilidade, os estudos mostram que a sobreposição anual não tem tanta interferência. Logo, a justificativa da sobreposição anual, presente no esquema 1-2(5), deve estar baseada em outros motivos, tais como a necessidade de estudos longitudinais.

A evidência estatística mostra que esses 20% não são suficientes para melhorar a precisão da estimativa da diferença de um ano para outro e a não sobreposição não causa quebras bruscas na estimativa, pelo menos na série histórica dos dados da PME.

Angela Jorge (IBGE):
Analisando ano a ano, a PNAD mostra variações significativas, o que pode ocorrer devido à não superposição das amostras das PNADs de um ano para outro. Nas pesquisas de mercado de trabalho do mundo inteiro, há superposição de amostras entre dois períodos consecutivos para diminuir a oscilação/variabilidade das mudanças entre dois períodos consecutivos e nos 12 meses. Para os resultados agregados da PNAD, esta oscilação é pequena, mas ao se desagregar, em nível das unidades da federação, este fenômeno fica mais evidente.

Marcos Paulo (IBGE):
No estudo da PNAD não há parâmetro de comparação, pois as amostras de um ano para outro não têm sobreposição de domicílios, mas somente de setor. Logo, se quisermos saber se os picos das estimativas que ocorrem de um ano para outro poderiam ser explicados pela independência das amostras, teríamos de investigar se esses picos desaparecem ou são reduzidos em amostras que não são totalmente independentes. Não há como fazer isto com a amostra da PNAD atual. O estudo feito pelo IBGE (Hypólito, Ramos e Antonaci, 2006) utilizou a PME, pois neste caso, há um parâmetro de comparação. Pode-se avaliar uma amostra com sobreposição e uma outra sem sobreposição nenhuma (nem de setor). Nos dois casos, o comportamento da série foi igual.

Sônia Albieri (IBGE):
A amostra não é totalmente independente na PNAD, há superposição de UPA. A unidade primária de amostragem é a mesma, como também o setor ou o município. Quem contribui primordialmente para a variância é a unidade primária de amostragem. A rigor, há um grande controle.

Maurício Lila (IBGE):
A variância é calculada em nível da unidade primária de amostragem. Existem estudos que mostram que o efeito de conglomeração é bem alto, salvo se no ano houver um setor que mude completamente as suas características de ocupação e desocupação. Em geral, isto não ocorre.

Sergei Suarez (IPEA):
Enumera algumas vantagens do esquema de rotação 1-2(5), sem nenhuma relação com as questões amostrais, mas com o uso analítico desta informação. Para estudar educação, não há nenhum conjunto de 40 questões na PNAD que tenha o mesmo valor de ter a amostra repetida no ano seguinte. Isto porque o grande problema da educação brasileira é a repetência. No esquema 1-2(4) não há como calculá-la, já no esquema 1-2(5), em geral, é trivial. No entanto, utilizando os dados da PME para as pessoas com mais de 10 anos de idade nas 6 regiões metropolitanas, existem muitas discordâncias na medição desse fenômeno. Na área de educação, é muito importante ter uma amostra que se repita um ano depois. Na área de mercado de trabalho, pode não ser tão importante, mas se realmente quiser comparar um determinado ano com o seguinte, para eliminar os fatores de sazonalidade fica melhor com uma amostra repetida totalmente.

Marcos Paulo (IBGE):
Mas como a sobreposição é tão pequena, será que esta repetição influenciaria na análise?

Sergei Suarez (IPEA):
A repetição é a rigor 100%, pois o universo das pessoas analisadas repete-se um ano depois. Mas se você compara um mês com outro, é de apenas 20%.

Ricardo Paes e Barros (IPEA):
Ao invés de realizarmos a variação na taxa de desemprego de um mês para outro ou de um trimestre para outro... também podemos fazer algo “meio inclinado”. Selecionar um grupo de remessas das letras A, B, etc... Estas pessoas estarão um ano depois sendo entrevistadas. Neste caso, podemos estimar com muita precisão a variação da taxa de desemprego das mesmas um ano depois. Há 100% de sobreposição. Obviamente que não é uma taxa de desemprego em um ponto no tempo, mas de um grupo de pessoas que estiveram espalhadas durante um certo período. Para quem está realizando a análise dos dados, essa sobreposição é absurdamente importante.

Se eu utilizar janeiro em um ano com janeiro de outro ano, tenho 20%, separando então este grupo. Da mesma forma, fevereiro com fevereiro, mais 20% e... juntando com os outros 20% de janeiro. Quando completar 5 meses teremos uma amostra inteira de um lado e do outro lado, uma outra do mesmo tamanho com todo universo das pessoas investigadas. Seriam meses diferentes, mas com diferença de um ano. A precisão é alta com 100% de cobertura, não havendo referência temporal, mas uma variação de um ano para outro.

Marcos Paulo (IBGE)
Alertou para o fato de que acumular informação de mercado de trabalho, ao longo dos meses, pode não fazer sentido, como por exemplo, em 5 meses diferentes.

Angela Jorge (IBGE)
O objetivo não é calcular a taxa de desemprego mas verificar o que acontece com esta mesma taxa um ano depois.

Rômulo Paes (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)
Dependendo da variável, a exposição do indivíduo no fenômeno pesquisado difere. Uma questão é a análise de uma variável de estoque, como educação. Outra é a de emprego/empregabilidade, ou melhor, analisar emprego de um ano para outro, ainda que sejam os mesmos indivíduos. A interpretação difere da variável de educação, pois os indivíduos estão expostos a este fenômeno o ano inteiro. O problema não é a rotatividade da amostra. É como selecionar um indivíduo em um ano para ver se está gripado e verificar, em outro ano, se está exposto às mesmas condições, de forma contínua.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
Este exercício pode ser feito continuamente, para todos meses, durante dois anos. Se a taxa de desemprego estiver subindo, isto estará sendo captado. Se há um surto de gripe ou de dengue, comparando os mesmos indivíduos um ano depois, conseguirá se perceber este fenômeno. Com a informação repetida, a variância do que está sendo estimado é reduzida. O esquema de rotação 1-2(5) apresenta vantagens. A sobreposição parece que é de 20%, mas se esta informação é bem trabalhada, ela pode ser de 100%. Para algumas questões como estoque é fundamental, para fluxo pode ser não tão importante. O esquema de rotação 1-2(5) é fundamental para uma quantidade expressiva de análises dos dados.

Wasmália Bivar (IBGE)
Quem faz o esquema de rotação 1-2(5)?

Marcos Paulo (IBGE)
México, Reino Unido.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Eu sei que ninguém faz 1-2(4). O esquema 1-2(4) mostrou várias vantagens do ponto de vista das precisões e daquele operacional (exemplo: distribuição dos temas). Este esquema não aparece na experiência internacional devido ao apelo de sobreposição anual. Existir a sobreposição é importante.

Cláudio Dedecca (IBGE)
Quais as vantagens e desvantagens dos esquemas em termos de uso dos resultados e da operacionalização da amostra? A partir da PME, qual a perda da volta à pesquisa um ano depois? Deve-se investigar o grau de heterogeneidade dentro de cada setor, pois se este for alto, a família é relevante, inclusive a repetição do questionário família. Mas se o setor for significativamente homogêneo, a repetição não parece fazer sentido. Parece faltar um pouco de informação nas alternativas ... informação para decidir e onde trilhar.

Lauro Ramos (IPEA)
A desigualdade de renda dentro dos setores é maior que a desigualdade de renda entre eles. Logo, os setores não são tão homogêneos assim em termos de mercado de trabalho.

Há uma solução para o esquema 1-2(5). Os domicílios na quinta entrevista podem não responder aos questionários de temas adicionais. Mantém o esquema organizado apesar de perder 20% da amostra, ganhando potencial de análise para variáveis de estoque e para algumas de fluxo, que não considero assim tão irrelevantes.

Marcos Paulo (IBGE):
Essa solução poderia resolver o problema dos temas mas não a distribuição da amostra ao longo das 12 semanas do trimestre. O 1-2(5) terá o problema de como distribuir os 15 painéis no trimestre. No 1-2(4) são 12 painéis, como existem 12 semanas no trimestre, cada painel fica numa semana. Mesmo que a quinta visita seja mais simples, há o problema de distribuição dos 15 painéis nas 12 semanas do trimestre.

Em relação à homogeneidade dos setores, Antonaci (2006) fez um estudo calculando a contribuição da correlação entre os setores para correlação geral e esta foi alta tanto para a ocupação como para a desocupação (efeito de conglomeração).

No tocante à questão operacional, a principal vantagem do 1-2(4) é a distribuição dos painéis ao longo do trimestre, um para cada mês. Para o esquema 1-2(5), isto é mais difícil, teremos que pensar em como será esta distribuição.

Lauro Ramos (IPEA)
O México fez.

Marcos Paulo (IBGE)
Nas evidências estatísticas, o 1-2(4) e o 1-2(5) seriam relativamente similares, na questão operacional, o 1-2(4) teria vantagens e na questão analítica, devido ao apelo longitudinal, o 1-2(5) seria mais vantajoso.

Sônia Albieri (IBGE)
Não inventamos o 1-2(4) somente para sermos diferentes dos países, dado que foi dito que este esquema não é aplicado em nenhum outro. Na realidade, fomos estudar o 1-2(4) para responder duas perguntas (feitas também por usuários internos do IBGE): Para que sobreposição se não fazemos estudos longitudinais? Para que sobreposição se na hora de fazer o matching só encontramos 20% do que achávamos que íamos encontrar, devido à existência de domicílio vago, fechado, mudança e etc? Estamos há 20 anos com sobreposição e não controlamos para realizarmos estudos longitudinais.

Então vamos estudar outro esquema para ver o que acontece. Achamos que poderiam haver ganhos e que deveríamos propor como uma das alternativas. Estamos vendo que há uma ansiedade pela sobreposição, mas efetivamente do lado estatístico e amostral não existem grandes ganhos. Com a idéia de estudar acumulação, tudo começa a ficar diferente. Vou fazer uma acumulação inteligente? A idéia de não ter sobreposição facilita a acumulação.

Lauro Ramos (IPEA)
É 20% de sobreposição de uma amostra grande, não? 15 mil observações.

Sônia Albieri (IBGE)
Alerta para o fato de que o IBGE passou 20 anos com a PME sem se preocupar em identificar os informantes para permitir fazer estudos longitudinais. Se for para fazer, é necessário realizar o controle de quem mora e continua morando no domicílio.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Alguns usuários durante a Confest ressaltaram a importância de ter a informação mensal, particularmente os de dados conjunturais de mercado de trabalho.

Utilizando a amostra que temos hoje, calculamos a precisão das estimativas para diferentes periodicidades e níveis geográficos. As tabelas 5 e 6 mostram isto para as variáveis de análise: renda total dos chefes e total de desocupados. Para cada uma dessas duas estimativas, identificamos para quais os domínios geográficos e a periodicidade, o CV é menor ou igual a 15%.

É importante frisar que, para o usuário internacional, é desejável se ter dados mensais, em nível de Brasil.

Tabela 5 - Total de unidades geográficas onde as Estimativas do total de desocupados por domínio são publicáveis, considerando um CV igual ou menor de 15%.

Domínio Trimestre Mensal
Total Urbano Rural
Brasil 1 1 1 1
Grandes regiões 5 5 5 5
Unidades da Federação 27 27 13 25
Regiões Metropolitanas 15 15 2 14
Capitais 27 27 1 16

Tabela 6 - Total de unidades geográficas onde as estimativas da renda total do responsável por domínio são publicáveis, considerando um CV igual ou menor de 15%

Domínio Trimestre Mensal
Total Urbano Rural
Brasil 1 1 1 1
Grandes regiões 5 5 5 5
Unidades da Federação 27 27 19 22
Regiões Metropolitanas 14 14 4 10
Capitais 22 22 1 19

Para a renda total dos chefes (tabela 6), dentro do corte de um CV máximo de 15%, conseguimos obter estimativas para: o agregado do Brasil, as cinco grandes regiões, as 27 unidades da federação, as 14 regiões metropolitanas e as 22 capitais. No corte urbano e rural, os números são idênticos para o urbano, mas para o rural, conseguimos obter estimativas confiáveis apenas para 19 unidades da federação, 4 regiões metropolitanas e 1 capital.

Para a periodicidade mensal, a estimativa da renda total dos chefes, obedecendo o corte de CV menor ou igual a 15%, pode ser obtida nos seguintes domínios: Brasil, 5 grandes regiões, 22 unidades da federação, 10 regiões metropolitanas e 9 capitais (Consultar as tabelas A.1 a A.7 no Anexo A para identificar os CV´s por áreas geográficas).

Paula Montagner (Ministério do Trabalho e Emprego)
Algo sobre as 5 unidades da federação que não têm CV menor que o limite estabelecido (Tocantins, Paraíba, Espírito Santo, Mato Grosso e Goiânia)? E sobre as capitais da Unidade da Federação?

Marcos Paulo (IBGE)
Teremos que avaliar os CV´s das capitais para determinar exatamente o aumento do tamanho da amostra para se ter a precisão desejada. Em relação à questão rural, apesar de algumas unidades da federação não estarem presentes na tabela 6, em todos os casos, os CV´s são bem menores do que os da PNAD atual (em torno de três vezes menos). Na PNAD Rondônia rural, por exemplo, o CV é de 65%, enquanto em nosso estudo deve estar em torno de 20%. Nesse estudo, os CV´s existentes estão mais adequados do que os da atualmente existentes para a PNAD.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
O IBGE deve ter a preocupação em abranger as 27 capitais. Este estudo considerou o corte de CV de 15%. Será este limite razoável? É necessário decidir esta questão junto com os usuários externos.

Lauro Ramos (IPEA)
Qual o CV máximo? Para as 5 capitais que não foram incluídas, qual o CV delas? Pode ser 16% ou 17% como pode ser 70%.

Marcos Paulo (IBGE)
Para a renda total do responsável, as cinco capitais são: Palmas (com CV de 22,9%), João Pessoa (com CV de 16,2%), Vitória (com CV de 16,9%), Cuiabá (com CV de 16%) e Goiânia (com CV de18,1%).

Lauro Ramos (IPEA)
Se o critério for 17 %, apenas uma capital fica de fora? Palmas.

Marcos Paulo (IBGE)
Palmas e Goiânia também. Estimando o total da renda do chefe no trimestre em Rio Branco, o CV fica em 12%. Considerando esses CV´s, aumentar um pouco o tamanho da amostra resolveria o problema. O referido tamanho foi calculado para estimar o total de desocupados por unidade da federação. Para o estimador do total de desocupados, temos informação para as 27 capitais.

Paula Montagner (Ministério do Trabalho e Emprego)
Solicita informações mais desagregadas, a necessidade de uma série histórica para as unidades da federação, além da maior abrangência geográfica.

Marcos Paulo (IBGE)
Para o total de desocupados por unidade da federação (tabela 5), os coeficientes de variação são inferiores aos encontrados atualmente para a PNAD. Com relação à renda total dos chefes, os coeficientes de variação são menores por unidade da federação. Para as capitais, ainda temos que avaliar.

No caso das estimativas da renda total dos chefes, o limite de CV de 15% fez com que cinco capitais fossem excluídas por uma diferença muito pequena (tabela 6). Isto ocorre porque o tamanho de amostra foi escolhido para estimar o total de desocupados por unidade da federação. Realizada a alocação da amostra, foi analisado o tamanho da amostra em cada uma das regiões metropolitanas, nas capitais e no resto da região, rural/urbano.

Para a desocupação, todas as capitais aparecem, pois foi a variável que foi efetivamente utilizada para definir o tamanho da amostra.

Na questão mensal, comparando a variável renda total dos chefes com a de total de desocupados, há um aumento do número de áreas para as quais é possível divulgar os resultados com CV máximo de 15%. No caso da questão rural, existem menos áreas que obedecem a regra de CV máximo de 15%, comparativamente à variável renda total dos chefes, mas o CV encontrado é menor que o encontrado hoje para a PNAD.

Para a variável renda total dos chefes trimestralmente, há uma região metropolitana que foi excluída (tabela 6): Goiânia.

Para o total de desocupados mensal apenas as unidades da federação excluídas são: Roraima (com CV de 15,38%) e Acre (com CV de 15,34%).

Francisco (LCA Consultoria)
Em minha opinião, o que interessa não é o fato do CV do Acre ser de 15,38 ou 15,62, mas se o CV de São Paulo é muito diferente do CV do Acre. Não adianta eu divulgar o dado do Acre se houver um CV muito mais alto do que o de São Paulo ou Rio.

Apoio a Paula Montagner. Eu gostaria de ter capital, mensal, etc...Se houver recursos...

Marcos Paulo (IBGE)
Nem no dimensionamento da amostra, o CV estipulado é igual para todas as unidades da federação. Se você utilizasse o CV definido para São Paulo ou para o Rio de Janeiro para calcular o tamanho da amostra do Acre, o Acre inteiro deveria ser usado. Em São Paulo, por exemplo, determinamos o CV em 3,5% e no Acre, em 10%. Sempre haverá estimativas com qualidades diferentes por unidade da federação, é impossível manter precisões semelhantes. Além disso, em São Paulo e no Rio de Janeiro, e em outras unidades da federação, existem demandas mais intensas para estimar indicadores para áreas geográficas menores (em tamanho populacional).

Wasmália Bivar (IBGE):
Isto não significa que não vamos fornecer a informação, mas apenas que não vamos divulgar com o mesmo critério de qualidade. A idéia é divulgar Brasil, grandes regiões, unidades da federação, regiões metropolitanas e capitais no trimestre com o grau de precisão variado. Depende de como a unidade da federação está preenchida, é também uma questão de freqüência.

Marcos Paulo (IBGE)
A idéia do IBGE é a de divulgação por trimestre. No caso da mensal, é uma possibilidade que a amostra permite estimar para determinados domínios geográficos.

Wasmália Bivar (IBGE)
Ou realizar pequenos ajustes no tamanho da amostra no sentido de obter precisão mais adequada.

Rômulo Paes (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)
Essa discussão sobre representatividade da amostra é um problema que permanece em relação à PNAD e outras pesquisas com cobertura nacional. Se estamos fazendo uma revisão tão ampla do sistema de pesquisas domiciliares, deve-se tentar minimizar esta sub-representação existente atualmente. As áreas rurais têm problemas de representatividade na amostra, que devem ser solucionados.

Marcos Paulo (IBGE)
O planejamento da amostra tentou melhorar esta questão da estimação na área rural. Com a Amostra Mestra, o CV destas áreas ficou de 3 a 4 vezes menor que o calculado para a PNAD. Garantir que as precisões das áreas rural e urbana sejam iguais não é possível. A Sônia Albieri (IBGE) ressaltou que quando fizemos estes cálculos para o mensal, estamos estimando as características usando a amostra do mês, ou seja, não é o trimestre móvel. Com o uso do trimestre móvel, a precisão das estimativas pode ser melhorada para níveis geográficos menores.

Angela Jorge (IBGE)
Gostaria que você explicasse melhor a sua última frase antes da intervenção do Rômulo, combinada com a observação da Wasmália: “O IBGE está trabalhando com o quadro do meio, mas vai ser possível o cálculo da estimativa mensal.” E a Wasmália completou neste sentido, pelo que eu entendi. Eu gostaria que ficasse claro o seguinte: nesta proposta, o IBGE vai ter divulgação trimestral mas o usuário, depois, vai poder realizar o cálculo mensal? Esta pergunta deve ser esclarecida.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
A nossa proposta é a divulgação trimestral, mas foi muito intensa a demanda por informação mensal, sobretudo na Confest. Qual é a nossa proposta? Deveremos estudar as alternativas, em termos de mensal, até para demonstrar a potencialidade da pesquisa em poder fornecer este número.

A outra questão refere-se ao fato do consultor da OIT (Ralf Hussmann) ter destacado, na Confest, que mesmo os países que realizam a divulgação trimestral sofrem pressões inerentes aos usuários no sentido de realizar uma divulgação mensal.

Hoje estamos estudando as alternativas sobre o que é possível fazer com o desenho da amostra. Não é neste fórum, que nós, enquanto IBGE, iremos decidir sobre a informação mensal ou não. Apresentamos aqui o que é possível atualmente. Antes tínhamos a sensibilidade de que apenas era viável a informação mensal para o Brasil. Agora temos de avaliar, pois a divulgação pode ficar confusa quanto: a precisão, aos níveis de divulgação, aos resultados mensais disponíveis através da internet, aos resultados mensais para imprensa e para os pesquisadores, etc.

Não temos posição definida sobre o indicador mensal. Ainda teremos de avaliar a possibilidade de sua divulgação. Do ponto de vista institucional, também temos que avaliar como seria a divulgação destes resultados trimestrais e mensais.

Outra questão surgida de forma intensa, na Confest, foi a discussão sobre trimestre móvel/fixo.

A proposta do IBGE é trimestre fixo. O trimestre móvel, embora tenha divulgação mensal, é uma comparação trimestral suavizada e não tem uma interpretação tão clara como a do trimestre fixo, que é muito mais transparente. Por esta questão, fazemos a defesa do trimestre fixo. O esquema amostral da pesquisa integrada permitirá o uso do trimestre móvel, seja pelo IBGE ou seja pelo usuário externo.

Lauro Ramos (IPEA)
Tendo-se um bom dado mensal para o Brasil, porque não divulgá-lo? É simples.

Wasmália Bivar (IBGE)
O dado do Brasil não é suficiente para outras análises, contudo, na reunião do Copom, tenho certeza que este dado mensal será importante.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Para a área macroeconômica e também para permitir que órgãos internacionais utilizem nossos dados para comparações entre os países.

Ricardo Paes e Barros (IPEA)
De uma década para outra há uma mudança significativa na amostra da PNAD. Por exemplo, olhando os dados da PNAD para o Maranhão de 1999 para 2001, ocorrem fatos estranhos. Para níveis geográficos menores, esse fenômeno ocorre mais. Com a Amostra Mestra, não seria uma boa idéia a rotação parcial dos setores durante a década, para quando chegar no final da década não ocorrer este movimento brusco?

Marcos Paulo (IBGE)
A idéia é rodar 2,5% dos setores censitários de um trimestre para outro de forma que, no final da década, toda a amostra de setores seja totalmente nova. De uma década para outra, você continua realizando a rotação dos setores para que, no meio da década, possa se ter setores novos. O estudo está sendo feito, mas pode mudar a estratificação, o tamanho do setor. Ou seja, como combinar uma base geográfica antiga com uma nova do Censo, de forma a suavizar ao máximo esta transição, evitando essas “mudanças bruscas”.

No esquema de rotação apresentado, do painel A para o B, estamos substituindo os domicílios dentro do mesmo setor. Na verdade, você vai trocar domicílios em parte dos setores, e, em 2,5% dos setores, domicílios e setores são alterados em sua totalidade. Neste caso, o controle deverá ser maior, identificando exatamente o esquema de entrada e saída.

O CV da estimativa mensal para o Brasil é maior do que o do indicador trimestral, logo, algumas desagregações não poderão ser feitas. Por exemplo, o total de desocupados segundo vários níveis de atividade... talvez o grau de desagregação deva ser menor.

Guilherme (Tendências)
Gostaria de ter alguma avaliação sobre o que ocorre com o restante da UF (áreas não metropolitanas) se retirarmos a região metropolitana.

Marcos Paulo (IBGE)
Anotamos que isto deve também ser avaliado nos estudos futuros.

Elizabeth Belo Hypólito (IBGE)
(Ver slide que compara as séries de trimestres móvel e fixo)
Realizou-se uma análise do comportamento da série mensal e de trimestre móvel para a taxa de desocupação, utilizando somente as entrevistas 1 e 4 da PME (25% da PME). Isso garante que não haja sobreposição mensal mas sim trimestral. Além disso, a pesquisa integrada terá aproximadamente 25% das entrevistas da PME nas 6 regiões metropolitanas (cerca de 10.000 domicílios por mês).

Os gráficos mostram que a série de trimestre móvel, embora suavizada, ]acompanha o movimento da série mensal, exceto onde há uma mudança abrupta da série da taxa de desocupação. Nesses pontos, que ocorrem principalmente em dezembro, há uma diferença significativa entre a taxa mensal e a taxa de trimestre móvel. Este estudo foi repetido para as entrevistas 5 e 8 da PME. A série mensal teve CV em torno de 4% e a de trimestre móvel 2%, o que é próximo do CV da PME.

Não foi feita a dessazonalização da série para realizar a comparação.

Cimar Azeredo (IBGE)
Alguns pontos: o exemplo do mês 05/2005 mostra que, mesmo tendo ajuste sazonal, a estimativa irá permanecer bem diferente daquela do trimestre móvel. A riqueza do dado mensal é o preço que será pago. Gostaria que os especialistas na área de consultoria opinassem a este respeito.

Guilherme (Tendências)
A divulgação ser trimestral e não mensal não é um problema. Às vezes utilizamos dados mensais e estimamos por trimestre para ser compatível com os dados das contas nacionais e, assim obter medidas de hiato de produto, etc. A preocupação reside na ruptura da série histórica.

Perguntas: o conceito de região metropolitana permanecerá o mesmo da PME? Para as 6 regiões metropolitanas da PME haverá divulgação de ocupados e desocupados (mensal ou trimestral)? Caso sim, poderia ser garantida a comparação entre as duas séries (da PME antiga e da pesquisa integrada).

Cimar Azeredo (IBGE)
Pode acontecer o movimento de entrada e de saída de municípios da região metropolitana, mas isso acontece com a PME atualmente. Quanto à série, haverá dois anos de sobreposição das duas pesquisas em campo. Como não haverá mudanças conceituais referentes ao mercado de trabalho, não haverá uma quebra tão brusca como ocorreu na transição da PME antiga para a implantada em 2001. As diferenças serão devidas ao formato e ao processo. De qualquer forma, haverá uma ruptura, não uma mudança conceitual.

No conjunto total das seis regiões metropolitanas conseguiremos analisar várias características desagregadas. Contudo, para cada região metropolitana, as perdas podem ser maiores. A precisão das desagregações pode ser reduzida.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
A taxa mensal de desocupação pode ser calculada para a região metropolitana, mas não com a mesma precisão atual. Entretanto, na mudança de mensal para trimestral, não se tem clareza das conseqüências sobre os resultados obtidos, mesmo se não houver alteração metodológica.

Lauro Ramos (IPEA)
Até que ponto estamos valorizando essa perda da série histórica? Pior que a mudança metodológica foi a substituição do questionário da PME antiga pelo da nova. A alteração do questionário foi radical, principalmente do fluxo do questionário, tornando praticamente impossível o encadeamento. Não me parece que o questionário da pesquisa integrada sofrerá tantas mudanças, principalmente, em relação ao fluxo. A mudança no desenho amostral é mais preocupante. O restante é mais fácil de se controlar para que não haja uma ruptura grande (algum ítem que permita a recomposição, por exemplo).

Paula Montagner (Ministério do Trabalho e Emprego)
A minha preocupação não são as regiões metropolitanas, mas as unidades da federação. O Sistema Público de Intermediação de Mão-de-Obra precisa de dado em nível local. Como seria manter as séries históricas da PNAD? Como fazer a comparação da PNAD com a pesquisa integrada? Para o governo, a série histórica é muito importante. Outra demanda permanente são os dados em nível de micro e mesoregiões.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Realizaremos quatro PNADs, uma por trimestre. A 4ª PNAD, do ponto de vista do período de referência, é a que mais se aproxima da atual. Deve-se avaliar a distribuição dos temas para se observar se a pesquisa do quarto trimestre fica mais semelhante à atual.

Quanto ao mercado de trabalho haverá certamente uma ruptura. A PNAD já requer, há muito tempo, uma atualização de conceito, o que será agora realizada. Haverá rompimento como ocorreu com a PME anterior.

Cláudio Dedecca (Unicamp)
Eu tenho duas preocupações fundamentais:
1. Há recursos?
2. O processo de transição. Gostaria de parabenizar o IBGE pelo modo como está sendo encaminhada esta discussão de reformulação da PNAD. O IBGE está trazendo, antes que se consolidem várias questões, o debate das questões relevantes.

É inevitável a atualização e a existência de ruptura. A questão que se apresenta é como absorver as rupturas. A minha sugestão é, junto com o avanço da discussão da amostra, discutir o questionário e os temas. Quais as implicações dos novos questionários vis-à-vis aos questionários atuais? Deve-se envolver os usuários nesta discussão do questionários? Deve-se envolver os usuários também nos estudos de comparação durante o período em que as pesquisas estarão se processando paralelamente ao Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares?

Destaca também que, pelo fato das iniciativas internacionais ainda estarem em curso, não é possível avaliar o processo de integração.

Wasmália Bivar (IBGE)
Qualquer mudança introduzida nas pesquisas, como por exemplo, a mudança do coletor de papel para eletrônico, acarretará ruptura da série histórica, mesmo que esta não seja brusca. Esta não será tão drástica como a que ocorre quando há uma mudança conceitual.

Logo, o custo benefício deve sempre ser avaliado, já que não mudar, ao longo do tempo, causará perda de qualidade. Em algum momento a interrupção da série é inevitável.

Como as pesquisas, PNAD e PME, são fundamentais, o nosso objetivo é minimizar o efeito desta ruptura. Durante 2 anos, as séries serão simultâneas. Isto significa que os dados serão divulgados. Com todo desgaste que isto pode significar para o IBGE, em termos de números não comparáveis. O IBGE tem que enfrentar a implantação deste sistema face aos ganhos previstos.

O ponto nevrálgico é sempre não ter um indicador de curto prazo sobre mercado de trabalho, em termos de Brasil, o que afeta o desenho das políticas macroeconômicas bem como daquelas setoriais.

Esse novo sistema não estará necessariamente economizando recursos. O que está claro é que teremos que criar infra-estrutura onde hoje esta não existe.

Com relação aos recursos, só vamos conseguir tentar obtê-los quando tivermos o projeto definido em sua plenitude. Ao longo de sua concepção, queremos otimizar recursos. Em algum momento, o referido projeto deverá estar consolidado, com o apoio das instituições, como universidades, governos ... etc.

Cimar Azeredo (IBGE)
Salientou que existem várias reclamações sobre a ruptura da série histórica na PME. Contudo, ressaltou as observações da Sônia Rocha durante a Confest: “é uma perda sim, mas estou disposta a pagar para ter uma PME mais abrangente e uma PNAD mais potencializada.”

Quando fizemos a ruptura da PME foi no ano de 2001. Temos que ser cautelosos em não romper em um período de substituição de governo.

Pela experiência, acredita que o tempo de sobreposição das pesquisas deveria ser mais longo (superior a dois anos).

Francisco (LCA Consultoria)
Não se preocupa com a interrupção da série histórica. Que série não sofreria esta ruptura? O ganho será maior. Eu a troco pela nova pesquisa e também a perda do dado mensal pelo trimestral, se for uma questão regional.

Com relação à questão da divulgação, o PIB dos EUA é sempre revisado. O IBGE deve perder um pouco do medo. Uma tabela pode ser revista porque conteve erro. Não há problema.

Outra questão é que o usuário acaba tendo influência também sobre a imprensa. Logo, em algum momento, o contato com esta deve existir.

Há também uma enorme demanda do setor privado por dados regionais, que não existem.

Ressaltou a importância dos usuários acompanharem essa mudança ao longo dos dois anos quando os sistemas ocorrerão de forma simultânea. Este processo deve diferir do que ocorreu com a mudança metodológica da PME em 2001.

Paula Montagner (Ministério do Trabalho e Emprego)
Para o Ministério do Trabalho é fundamental atender minimamente as demandas efetivas dentro do Sistema Público. Se estamos fazendo um projeto relativamente ideal, para o usuário institucional é importante que ele atenda a algumas demandas.

Ressaltou que há pessoas que podem contribuir para o projeto como as unidades estaduais de produção de informação. Ao contrário de outros países, onde apenas o núcleo federativo é capaz de fazer a produção, no nosso caso, com a dimensão territorial de nosso país, existem outras pessoas que podem cooperar para o projeto. Muitas dessas pessoas são funcionárias públicas, ou seja, podem ser deslocadas com este intuito.

Do ponto de vista do Ministério do Trabalho, há necessidade de algum tipo de série histórica. Talvez os modelos econométricos nos ajudem, mas eles vão ter que “estar de pé”/ ”prontos”.

O usuário prioritário do Sistema Público de Emprego precisa de dado local para fazer intermediação e qualificação profissional.

Na minha opinião, trimestre móvel estaria adequado, já que teria uma informação mensal nacional e uma outra trimestral com menos variabilidade, para que se pudesse desagregar mais os dados.

Uma outra preocupação reside no fato de só termos os trimestres da PNAD, mas há vários fenômenos ocorrendo no mercado de trabalho além do limite das regiões metropolitanas.

No caso do Ministério do Trabalho e Emprego é mais importante a maior abrangência geográfica do que a maior periodicidade (para dar substância à qualificação e intermediação). A demanda política que mais nos atinge é a proveniente dos gestores locais.

Eu não estou imaginando que a PNAD irá oferecer dados municipais, mas pelo menos para todas as unidades da federação e grandes capitais.

A dúvida encontra-se em relação à questão urbana e rural: será que este desenho atende ao que nós queremos, pois não sabemos exatamente o que é urbano e rural?

Cláudio Dedecca (Unicamp)
Talvez seja necessário mais de 2 anos de séries simultâneas, principalmente porque tem um censo em 2010 (contagem de setor e listagem) e a base geográfica irá ser alterada. Na experiência inglesa, este período foi de 3 anos.

Rômulo Paes (Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome)
A mudança é oportuna pois os ganhos serão significativos em termos de representação do país. Vejo que este projeto deverá ter uma adesão enorme.

Duas dificuldades:
1. Período necessário: para a PME, 2 anos de sobreposição não é pouco, mas para PNAD, eu considero ser insuficiente.
2. Agenda do IBGE nos próximos 3 anos: este é o principal problema dada a quantidade considerável de compromissos assumidos pelo IBGE.

Márcia Maria Melo Quintslr (IBGE)
Relacionamento com os usuários.
Ano de 2007 - três encontros com os usuários:
1. março: apresentar o conteúdo final da POF
2. abril: SIPD e PME/PNAD, primeira proposta de articulação de temas.
3. Segundo semestre: outro encontro (outubro ou novembro).

Cronograma e recursos:
1. campo da POF em 2007/2008
2. teste de campo da pesquisa integrada PNAD/PME: avaliação de instrumento e viabilidade.
3. POF simplificada em 2008
4. Implantação da pesquisa integrada duplicando com as atuais – 2008 (Ver slides)

Wasmália Bivar (IBGE)
Começo pelo último ponto: necessidade de garantir recursos para os demais componentes do projeto.

Não foi por acaso que realizamos a Confest este ano (além de ser uma conferência que ocorre de 10 em 10 anos). Ano que vem temos que entregar o novo Plano Plurianual para o novo período de gestão que é 2008-2011. Neste Plano devem constar os projetos e as ações das novas propostas. Como estamos pensando no referido período, pois este é o prazo para a sua implementação e a sua maturação, conforme enfatizado pelo Lauro Ramos (IPEA). Para projetos como este há a necessidade de um tempo para a sua maturação e acomodação, e para o entendimento total das mudanças, como o treinamento.

A negociação dos recursos estará sendo facilitada por já estar em um plano plurianual do governo. Estamos na expectativa de que o passado do IBGE seja considerado nesta negociação, em função de termos aumentado consideravelmente nossa produtividade.

Há dez anos atrás tínhamos o dobro de pessoas trabalhando no IBGE e considerável aumento da nossa produção estatística. O volume de estimativas conjunturais cresceu 30% e de estimativas estruturais, 70%. Hoje, a instituição tem metade do contigente de funcionários, em relação à outra época, o que não torna viável o mesmo tipo de produção realizada.

Outra questão refere-se a um insumo que não se reproduz tão facilmente: o insumo gerencial. O insumo gerencial depende de uma “rodagem” que está associada à experiência. Apesar das tensões no IBGE, já foi demonstrado que somos capazes de superá-las. Isto porque aliado a este projeto há também o projeto do IPC nacional e do sistema de estatísticas agropecuárias.

O país tem uma grande missão: vamos começar a realizar a gestão da informação, que é de alto custo e de largo período de maturação? Vamos começar a trabalhar os registros administrativos? Vamos interagir, conforme a indicação por Paula Montagner? Haverá participação dos estados na gestão da informação? E haverá participação do governo setorial na gestão da informação?

Gostaria de agradecer novamente e dizer que esta é a primeira de uma série de reuniões que iremos ter com vocês. Para nós do IBGE, esta reunião foi muito válida para sabermos a opinião de todos sobre o esquema de rotação e suas implicações.

5. Pontos principais levantados no Fórum

  • As primeiras observações apontam para a necessidade de detalhamento no tema trabalho para atividades agrícolas e não agrícolas desenvolvidas por pessoas nos domicílios, inclusive as de autoconsumo, que possam dar visibilidade, por exemplo, a outros tipos de rendimentos.
  • Deve-se estudar se, em níveis geográficos menores a não sobreposição das amostras de um mês para outro pode causar grandes variações nas estimativas. Em nível de Brasil, a oscilação mostrou ser pequena (Hypolito, Ramos e Antonaci, 2006).
  • Avaliar a estratégia de divulgação: mensal ou trimestral (níveis geográficos, formas, etc).
  • Estudar se o setor censitário é muito heterogêneo. Caso seja, é importante a sobreposição domiciliar. Se não for este o caso, a sobreposição do setor poderia resolver o problema de grandes variações das estimativas.
  • Foi destacado que a não sobreposição anual facilita a acumulação. Com sobreposição anual (conforme o esquema 1-2(5)), o acúmulo de informações para obter a estimativa anual é mais complexo. Como a justificativa de escolha do esquema 1-2(5) está mais associada a necessidade de estudos longitudinais, o IBGE deve elaborar estudos para controlar o fato desta informação ser longitudinal. Na PME atual, não há controle para a realização de estudos longitudinais, tal como é feito na Argentina.
  • Deve-se investigar as experiências internacionais que adotam o esquema de rotação 1-2(5) para saber como se processa o acúmulo da informação anual.
  • Foi enfatizada, pelos ministérios (MDS e MTb), a necessidade de obter representatividade geográfica.

Anexo A

Tabela A.1. Coeficiente de variação do estimador da renda total do responsável por periodicidade e por situação de setores segundo Grandes Regiões

Brasil e Grandes Regiões Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
Brasil 1,2 1,3 1,9 2,1
Norte 3,4 3,8 5,3 5,8
Nordeste 1,9 2,1 2,5 3,2
Sudeste 2,0 2,0 3,6 3,4
Sul 1,8 2,0 2,9 3,1
Centro-Oeste 4,1 4,4 12,4 7,2

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.2. Coeficiente de variação do estimador da renda total do responsável por periodicidade e por situação de setores segundo as unidades da federação

Unidades da Federação Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
RO(11) 6,3 7,8 8,1 10,9
AC(12) 9,3 10,6 17,1 16,2
AM(13) 7,1 7,7 7,6 12,4
RR(14) 12,0 12,9 28,3 20,9
PA(15) 5,8 6,9 8,1 10,1
AP(16) 11,0 11,5 23,0 19,1
TO(17) 11,4 12,4 29,6 19,8
MA(21) 6,1 7,6 6,9 10,6
PI(22) 8,8 10,4 4,9 15,3
CE(23) 5,3 5,9 4,6 9,2
RN(24) 7,7 8,2 21,1 13,3
PB(25) 8,0 9,0 5,3 13,9
PE(26) 4,0 4,3 7,3 6,9
AL(27) 8,4 9,5 7,6 14,6
SE(28) 7,8 8,6 8,8 13,4
BA(29) 3,2 3,6 4,3 5,5
MG(31) 3,3 3,5 5,7 5,7
ES(32) 5,7 6,3 10,8 9,9
RJ(33) 4,5 4,6 11,1 7,9
SP(35) 2,7 2,8 5,6 4,7
PR(41) 2,7 3,0 5,4 4,7
SC(42) 3,1 3,5 6,4 5,4
RS(43) 3,2 3,5 3,8 5,5
MS(50) 8,5 9,2 17,6 14,8
MT(51) 8,5 9,0 27,3 14,8
GO(52) 8,7 9,4 14,5 15,0
DF(53) 6,0 5,9 60,9 10,3

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.3. Coeficiente de variação do estimador da renda total do responsável por periodicidade e por situação de setores segundo as Regiões Metropolitanas de algumas Unidades da Federação.

Unidades da Federação Regiões Metropolitanas Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
PA(15) Belém 8,3 8,4 24,0 14,4
MA(21) São Luís 12,0 13,1 19,4 20,7
CE(23) Fortaleza 7,7 7,8 13,0 13,4
RN(24) Natal 10,9 11,4 25,4 18,8
PE(26) Recife 5,6 5,6 17,4 9,6
AL(27) Maceió 12,8 12,9 26,7 22,2
BA(29) Salvador 5,4 5,5 44,5 9,4
MG(31) Belo Horizonte 6,5 6,5 46,9 11,2
ES(32) Vitória 8,3 8,3 26,8 14,3
RJ(33) Rio de Janeiro 5,5 5,5 50,8 9,5
SP(35) São Paulo 4,0 4,0 7,8 6,9
PR(41) Curitiba 5,0 5,1 14,8 8,7
SC(42) Florianópolis 9,4 9,5 57,9 16,3
RS(43) Porto Alegre 4,0 4,1 13,4 7,0
GO(52) Goiânia 15,3 15,4 24,8 26,5

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.4. Coeficiente de variação do estimador da renda total do responsável por periodicidade e por situação de setores segundo as Capitais das Unidades da Federação.

Unidades da Federação Capitais Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
RO(11) Porto Velho 11,9 12,9 15,9 20,6
AC(12) Rio Branco 12,9 13,3 51,4 22,3
AM(13) Manaus 8,4 8,5 65,3 14,6
RR(14) Boa Vista 12,2 12,3 91,5 21,1
PA(15) Belém 9,7 9,7 38,3 16,7
AP(16) Macapá 13,7 13,9 41,8 23,7
TO(17) Palmas 22,9 23,2 48,9 39,7
MA(21) São Luís 13,2 13,4 25,7 22,9
PI(22) Teresina 11,6 11,8 47,8 20,1
CE(23) Fortaleza 8,8 8,8 - 15,2
RN(24) Natal 13,0 13,0 - 22,5
PB(25) João Pessoa 16,2 16,2 - 28,0
PE(26) Recife 6,9 6,9 - 11,9
AL(27) Maceió 13,3 13,3 19,7 23,1
SE(28) Aracaju 10,0 10,0 - 17,4
BA(29) Salvador 5,0 5,0 60,2 8,6
MG(31) Belo Horizonte 8,5 8,5 - 14,7
ES(32) Vitória 16,9 16,9 - 29,3
RJ(33) Rio de Janeiro 6,9 6,9 - 12,0
SP(35) São Paulo 4,9 5,0 9,0 8,5
PR(41) Curitiba 5,9 5,9 - 10,3
SC(42) Florianópolis 12,6 12,6 136,6 21,8
RS(43) Porto Alegre 4,3 4,3 27,1 7,5
MS(50) Campo Grande 14,7 14,8 112,1 25,4
MT(51) Cuiabá 16,0 16,1 58,4 27,7
GO(52) Goiânia 18,1 18,2 45,3 31,4
DF(53) Distrito Federal 6,0 5,9 60,9 10,3

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.5. Coeficiente de variação do estimador do total de desocupados por periodicidade e por situação de setores segundo Grandes Regiões e Unidades da Federação

Total, Grandes Regiões e Unidades da Federação Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
Brasil 1,07 1,13 3,14 1,85
Norte 2,90 2,94 11,65 5,03
RO(11) 7,14 7,45 22,05 12,36
AC(12) 9,15 9,14 34,08 15,85
AM(13) 5,25 5,39 23,40 9,10
RR(14) 8,88 8,99 33,76 15,38
PA(15) 5,17 5,21 18,92 8,96
AP(16) 8,58 8,63 52,89 14,87
TO(17) 7,40 7,68 25,33 12,82
Nordeste 1,59 1,64 5,14 2,75
MA(21) 3,86 4,12 10,38 6,69
PI(22) 6,79 7,44 16,43 11,76
CE(23) 3,65 3,73 13,29 6,32
RN(24) 5,46 5,80 15,25 9,46
PB(25) 5,36 5,79 13,74 9,29
PE(26) 3,49 3,66 11,55 6,05
AL(27) 3,90 4,05 12,91 6,76
SE(28) 5,52 5,77 17,44 9,56
BA(29) 3,48 3,58 11,08 6,02
Sudeste 1,88 1,96 5,16 3,26
MG(31) 3,10 3,19 12,65 5,37
ES(32) 3,90 3,96 19,02 6,75
RJ(33) 3,01 3,07 11,25 5,21
SP(35) 2,98 3,12 5,39 5,16
Sul 2,12 2,21 7,49 3,68
PR(41) 3,37 3,50 12,51 5,84
SC(42) 3,67 3,82 13,21 6,36
RS(43) 3,59 3,74 12,37 6,22
CENTRO-OESTE 2,55 2,63 10,01 4,42
MS(50) 5,28 5,44 20,58 9,15
MT(51) 5,32 5,49 20,96 9,21
GO(52) 4,68 4,88 14,73 8,11
DF(53) 4,34 4,37 29,72 7,51

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.6. Coeficiente de variação do estimador do total de desocupados por periodicidade e por situação de setores segundo as Regiões Metropolitanas de algumas Unidades da Federação.

Unidades da Federação Domínio Regiões Metropolitanas Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
PA(15) RM Belém 6,34 6,43 29,94 10,98
MA(21) RM São Luís 5,61 6,10 14,26 9,72
CE(23) RM Fortaleza 4,43 4,48 28,23 7,67
RN(24) RM Natal 6,61 7,04 19,33 11,45
PE(26) RM Recife 4,43 4,50 25,95 7,68
AL(27) RM Maceió 4,65 4,69 37,35 8,06
BA(29) RM Salvador 4,71 4,76 27,42 8,15
MG(31) RM Belo Horizonte 4,52 4,57 25,85 7,82
ES(32) RM Vitória 4,92 4,94 53,30 8,52
RJ(33) RM Rio de Janeiro 3,54 3,55 34,26 6,13
SP(35) RM São Paulo 4,04 4,22 7,35 6,99
PR(41) RM Curitiba 5,51 5,72 19,43 9,54
SC(42) RM Florianópolis 8,81 8,90 57,27 15,26
RS(43) RM Porto Alegre 5,13 5,26 18,58 8,88
GO(52) RM Goiânia 8,24 8,31 43,40 14,28

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Tabela A.7. Coeficiente de variação do estimador do total de desocupados por periodicidade e por situação de setores segundo as Capitais das Unidades da Federação.

Unidades da Federação Capitais Trimestral Mensal
Total Urbano Rural
RO(11) Porto Velho 10,58 11,89 21,52 18,33
AC(12) Rio Branco 10,58 10,31 76,07 18,32
AM(13) Manaus 5,82 5,83 78,96 10,08
RR(14) Boa Vista 9,66 9,68 90,78 16,74
PA(15) Belém 7,77 7,80 56,32 13,46
AP(16) Macapá 10,48 10,56 86,54 18,16
TO(17) Palmas 13,14 13,19 54,38 22,76
MA(21) São Luís 6,14 6,23 37,45 10,64
PI(22) Teresina 10,18 10,31 62,60 17,63
CE(23) Fortaleza 4,91 4,91 - 8,50
RN(24) Natal 8,18 8,18 - 14,17
PB(25) João Pessoa 9,10 9,10 - 15,77
PE(26) Recife 6,65 6,65 - 11,52
AL(27) Maceió 5,00 5,01 33,51 8,66
SE(28) Aracaju 8,07 8,07 - 13,98
BA(29) Salvador 5,51 5,52 31,41 9,55
MG(31) Belo Horizonte 6,08 6,08 - 10,53
ES(32) Vitória 12,18 12,18 - 21,10
RJ(33) Rio de Janeiro 5,12 5,12 - 8,86
SP(35) São Paulo 5,22 5,60 8,07 9,03
PR(41) Curitiba 7,23 7,23 - 12,53
SC(42) Florianópolis 12,86 13,08 58,64 22,28
RS(43) Porto Alegre 6,84 6,95 38,25 11,84
MS(50) Campo Grande 8,47 8,49 108,58 14,68
MT(51) Cuiabá 10,43 10,45 86,90 18,06
GO(52) Goiânia 10,45 10,50 76,79 18,10
DF(53) Distrito Federal 4,34 4,37 29,72 7,51

Nota: Os cálculos foram efetuados utilizando a base de dados do Censo Demográfico 2000

Lista de participantes do Fórum

Nome Instituição
Francisco Faria Jr. LCA Consultores
João Sabóia IE - UFRJ
Márcia C. Segadas Vianna IBGE
Sônia Albieri IBGE
Marcia Maria Melo Quintslr IBGE
Marcos Paulo S. Freitas IBGE
Rosemary V. de Azevedo IBGE
Antonio José Ribeiro IBGE
Maurício Franca Lila IBGE
Sandra Helena de Barros IBGE
Alicia Bercovich IBGE
Sonia Rocha IETS
Ricardo Paes e Barros IPEA
Cimar Azeredo IBGE
Flávio M. T. Montenegro IBGE
Lauro Ramos Guerra IPEA
Vandeli dos Santos IBGE
Ana Lúcia Sabóia IBGE
Guilherme Maia IBGE
Maria Lúcia Vieira IBGE
Angela Maria Broquá Mello IBGE
Elisa Caillaux IBGE
Paulo V. Mitchell IBGE
Edilson N. Silva IBGE
Renata Coutinho Nunes IBGE
Marcelo de Ávila IPEA
Marcelo Neri FGV
Samanta R.S. Monte IBGE
Sergei Soares IPEA
Luiz Matzenbacher IBGE
Jussara Rieveres IBGE
Marcus Vinicius M. Fernandes IBGE
Katia Namir M. Barros IBGE
Fernanda S. Malta IBGE
Paula Montagner Ministério do Trabalho e Emprego
Antony Teixeira IBGE
Elcio R. Z. Fragoso IBGE
Isabel M. Santos IBGE
Angela F. Jorge IBGE
Sinésio P. Ferreira SEADE
Claudio Dedecca UNICAMP
Romulo Paes MDS
Elizabeth Belo IBGE
Jorcely Franco IBGE
Eloane Gonçalves Ramos IBGE
Danielle Carusi Machado IBGE
Wasmália Bivar IBGE