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PCERP - Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População | 2008

Conceitos e métodos - 2008

As informações a seguir descrevem os metadados estatísticos, que são o conjunto de conceitos, métodos e aspectos relacionados às estatísticas, e são informações necessárias para compreender as características e a qualidade das estatísticas e interpretá-las corretamente.

Informações Gerais

Objetivo
A Pcerp 2008 pode ser caracterizada como uma pesquisa de objetivos múltiplos que visa compreender melhor o atual sistema de classificação da cor ou raça utilizado nas pesquisas domiciliares do IBGE, contribuindo para seu aprimoramento. Seus objetivos específicos são: 1. Ampliar o espectro de compreensão das categorias nas estatísticas oficiais em relação às questões étnico-raciais; 2. Fornecer novos elementos de interpretação para possíveis alternativas de aprimoramento do atual sistema de classificação étnico-racial; 3. Construir uma base empírica que permita subsidiar estudos e análises sobre o tema; 4. Levantar as denominações correntes de cor, raça, etnia e origem de forma mais abrangente e completa, tanto do ponto de vista da composição étnica da população como das diversidades regionais; 5. Identificar as dimensões que definem a construção e o uso desta terminologia; 6. Correlacionar os níveis de instrução e a posição na ocupação da população entrevistada com os dos pais, segundo os grupos de cor ou raça.
Tipo de operação estatística
Outros
Tipo de dados
Dados de pesquisa por amostragem probabilística
Periodicidade de divulgação
Eventual
População-alvo
A população-alvo da Pcerp 2008 é constituída pelos moradores de 15 ou mais anos de idade residentes em domicílios particulares permanentes pertencentes à área de abrangência geográfica da pesquisa. Esta área foi definida como sendo o recorte geográfico formado pelas seguintes Unidades da Federação: Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

Metodologia

Por ser uma pesquisa domiciliar cujo conteúdo faz parte dos temas previstos para o Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares - SIPD, em fase de implementação no IBGE, o plano amostral da Pcerp 2008 utilizou a estrutura amostral desenhada para tal sistema.

A principal finalidade do plano amostral para esta pesquisa foi permitir a obtenção de estimativas das proporções de pessoas em cada uma das cinco categorias de cor ou raça no conjunto das seis Unidades da Federação selecionadas. A pesquisa foi domiciliar e o plano amostral empregado foi amostragem conglomerada em três estágios, com estratificação das unidades primárias de amostragem. Os setores censitários formaram as unidades primárias de amostragem; os domicílios foram as unidades de segundo estágio; e os moradores de 15 anos ou mais de idade definiram as unidades de terceiro estágio.

As unidades primárias de amostragem da pesquisa foram obtidas da amostra mestra, que é a estrutura amostral do sistema e é composta por setores censitários selecionados com um método probabilístico e da qual é possível selecionar uma subamostra para as pesquisas que integram o sistema. Portanto, a estratificação dos setores censitários nesta pesquisa é a mesma adotada para a Amostra Mestra.
Maiores detalhes na publicação da pesquisa. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/PCERP2008.pdf"target="_blank">"https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/caracteristicas_raciais/PCERP2008.pdf"

No segundo estágio, foi selecionado por amostragem aleatória simples um número fixo de domicílios particulares permanentes em cada setor selecionado no primeiro estágio. Por fim, no terceiro estágio, em cada domicílio selecionado, um morador com 15 anos ou mais de idade foi selecionado para responder ao questionário, também por amostragem aleatória simples.

O tamanho total da amostra foi calculado avaliando níveis de precisão para as estimativas das proporções de pessoas por categoria de cor ou raça no conjunto das seis Unidades da Federação selecionadas e, para cada uma destas, o tamanho da amostra foi obtido após a alocação do tamanho total nos estratos definidos na amostra mestra.

A cor ou raça com menor proporção de pessoas no conjunto das seis Unidades da Federação era a indígena, uma vez que somente 0,5% das pessoas se declararam indígenas no Censo 2000, por isso o tamanho escolhido foi o necessário para estimar esta proporção com um coeficiente de variação de 30%. O tamanho obtido foi de 14237 pessoas.

Para calcular o tamanho da amostra de primeiro estágio, foi preciso definir o número de domicílios/pessoas a ser selecionado por setor. O número escolhido foi 10 domicílios; desta forma o tamanho da amostra de setores ficou em 1424 setores.

Este tamanho inicial sofreu um pequeno acréscimo decorrente da alocação nos estratos definidos para a amostra mestra da qual foram selecionados efetivamente os setores. A alocação nos estratos, diretamente no conjunto das seis Unidades da Federação, foi proporcional ao produto do número de setores pelo máximo entre a proporção de indígenas e de amarelos. Esta combinação do tamanho do estrato com as menores proporções de cor ou raça foi realizada para aumentar o tamanho da amostra em estratos com um maior número de indígenas ou amarelos, permitindo uma possível melhora nas estimativas das características destas populações no conjunto das seis Unidades da Federação.


As entrevistas foram feitas com uma pessoa de 15 anos ou mais de idade por domicílio, selecionada aleatoriamente. A pesquisa abordou a identificação de cor ou raça do entrevistado a partir de uma pergunta aberta (autoclassificação). Em seguida indagou acerca de algumas dimensões que compõem a definição de cor ou raça para "as pessoas em geral" e para o próprio entrevistado (cultura, traços físicos, origem familiar, cor da pele etc.). Também perguntou sobre a origem familiar (africana, europeia, do Oriente Médio, entre outras) e se o entrevistado se reconhecia com uma série de alternativas de identificação (afrodescendente, indígena, amarelo, negro, branco, preto e pardo), além de levantar informações sobre educação e inserção ocupacional do pai e da mãe da pessoa entrevistada. Muitas perguntas permitiram respostas múltiplas. Em paralelo à autoclassificação, o entrevistador atribuía uma cor ou raça ao entrevistado com uma pergunta aberta (heteroclassificação). Finalmente, a pesquisa abordou a percepção da influência da cor ou raça em alguns espaços da vida social.

O questionário busca, em linhas gerais, reproduzir uma situação de pesquisa de campo na área da construção das identidades raciais, pretendendo 'traduzir' para fins estatísticos fenômenos sociais impregnados de subjetividades. Esses fenômenos se referem a processos de construção de identidades, ao mesmo tempo individuais e coletivas. Nesse sentido, o questionário inicia aproximando o entrevistado gradativamente do tema, apresentando os elementos que, segundo os estudos, são constitutivos destes processos de elaboração de identidades.
Técnica de coleta:
PAPI - Entrevista pessoal com questionário em papel

Temas

Temas e subtemas
Grupos populacionais específicos, População
Principais variáveis
- opinião sobre a influência da cor ou raça na vida das pessoas
- sabe dizer qual é sua cor ou raça
- pergunta aberta para cor ou raça
- definição da cor ou raça das pessoas segundo dimensões
- definição da cor ou raça da própria pessoa segundo dimensões
- indicação da origem familiar
- alternativas de cor ou raça como a pessoa se reconhece ou identifica
- situações ou momentos que a cor ou raça influencia a vida das pessoas no Brasil

- ocupação atual do entrevistado
- primeira ocupação do entrevistado

- cor ou raça do pai
- nível educacional do pai
- ocupação do pai quando entrevistado tinha 15 anos de idade

- cor ou raça da mãe
- nível educacional da mãe
- ocupação da mãe quando entrevistado tinha 15 anos de idade

- cor ou raça do entrevistado atribuída pelo entrevistador

Unidades de informação

Unidade de investigação
Pessoa, Domicílio.

Períodos de referência

Data - 07/07/2008

Disseminação

Nível de divulgação
Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

Instrumentos de coleta

Histórico

As ideias iniciais que propiciaram o processo de discussão e que resultaram na pesquisa sobre o sistema de classificação étnico-racial brasileiro remontam ao segundo semestre de 1998, quando se concretizou a proposta de inclusão de quatro perguntas sobre cor ou raça e origem na PME realizada em julho daquele ano, ao mesmo tempo em que se realizou um pequeno seminário na Coordenação de População e Indicadores Sociais, vinculada à Diretoria de Pesquisas, com pesquisadores externos.

A percepção da necessidade de estudar, de forma abrangente e aprofundada, o significado, a construção e a utilização destas categorias conduziu ao planejamento de consultas com representantes dos movimentos negro e indígena, pesquisadores, órgãos estaduais e outros usuários das informações derivadas da classificação de cor ou raça. Assim, numa perspectiva de construção em um processo de diálogo, foram realizados seminários e oficinas de trabalho, visando à elaboração conjunta de uma pesquisa que permitisse aprofundar a compreensão das categorias raciais utilizadas e que subsidiasse a elaboração de novas propostas atualizadas de classificação atendendo às repetidas demandas da sociedade.

Realizaram-se em 2002 e 2003 três reuniões ampliadas na Diretoria de Pesquisas e quatro seminários nas Unidades Estaduais do IBGE de Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo, com participação de mais de 50 pessoas, representando 15 organizações do movimento negro, 12 instituições de pesquisa, organizações não governamentais que trabalham com questões relativas às nações indígenas e secretarias estaduais, além de pesquisadores e técnicos do próprio IBGE. É importante destacar que os três estados onde foram realizados seminários comportam quase a metade dos pouco mais de 10 milhões de pessoas que se declararam de cor ou raça preta no País e dos 66 milhões que se declararam de cor ou raça parda, segundo os dados do Censo 2000.

Uma vez definido o conteúdo da pesquisa, em maio de 2005, foram realizados testes de campo do questionário em três cidades: Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Em janeiro de 2007, realizou-se uma reunião de trabalho com mais de 20 convidados externos, provenientes de diversas Unidades da Federação, dentre os quais se destacaram lideranças dos movimentos negro e indígena, pesquisadores e especialistas no tema.

Como produto de todas estas reuniões, configurou-se o formato final do questionário, definindo-se a escolha de seis Unidades da Federação - uma em cada Grande Região brasileira, além do Distrito Federal - para aplicação da pesquisa, visando alcançar uma significativa cobertura da diversidade étnico-racial do País. Essa escolha foi baseada em critérios de representação étnico-racial e, também, em fatores logístico e operacional, que favoreceriam naquele momento a implementação da pesquisa de campo em determinada unidade. Estados com importante representação da população preta ou parda, como Rio de Janeiro e Bahia, no entanto, não puderam ser selecionados em função deste segundo critério.

Saiba mais

https://metadados.ibge.gov.br/consulta/estatisticos/operacoes-estatisticas/ER

O que é

Investiga a identificação étnico-racial da população com o propósito de contribuir no estudo das diversas dimensões desse fenômeno, além de produzir subsídios para aprimorar o sistema de classificação da cor ou raça utilizado nas pesquisas domiciliares realizadas pelo IBGE, tendo como unidade de coleta a pessoa moradora de 15 ou mais anos de idade residente em domicílio particular permanente pertencente à área de abrangência geográfica da pesquisa. Essa pessoa foi selecionada aleatoriamente no domicílio, pois era necessário que a própria pessoa respondesse sobre sua cor ou raça e demais aspectos relacionados à temática.

A Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População - PCERP foi realizada em 2008, em uma Unidade da Federação selecionada em cada Grande Região – Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste – abrangendo Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Tal escolha foi baseada em critérios de representação étnico-racial e, também, em fatores logístico e operacional, que favoreceriam, naquele momento, a implementação da pesquisa de campo em determinada unidade. Estados com importante representação da população preta ou parda, como Rio de Janeiro e Bahia, no entanto, não puderam ser selecionados em função desse segundo critério.

Cabe destacar que, apoiado na fundamentação de diversos pesquisadores e especialistas na área de relações raciais no Brasil, com subsídio de reuniões técnicas, foram incluídos quesitos direcionados à captura da identificação étnico-racial em seus múltiplos aspectos: percepção da importância da cor ou raça na vida das pessoas; autoatribuição de cor ou raça (em pergunta aberta); heteroatribuição de cor ou raça (pelo entrevistador, também em pergunta aberta); percepção da influência da cor ou raça em alguns espaços da vida social; identificação com alternativas de identificação de cor ou raça; identificação com origens étnicas e geográficas; além de informação de cor ou raça do pai e da mãe, acompanhada da ocupação e da educação dos pais, de forma a subsidiar estudos de mobilidade social. A pesquisa fornece, ademais, informações sobre as características básicas da população de estudo, como sexo, idade, rendimento em salários mínimos e anos de estudo; composição dos arranjos familiares; condição do entrevistado no domicílio; e posição na ocupação.

A periodicidade da pesquisa é eventual. Sua abrangência geográfica coincidiu, em 2008, com o recorte geográfico formado pelas seguintes Unidades da Federação: Amazonas, Paraíba, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.

Downloads

Informações técnicas

Considerações metodológicas sobre a Pesquisa das Características Étnico-Raciais da População - PCERP podem ser obtidas no capítulo Notas técnicas de sua publicação de resultados, bem como na publicação  Características étnico-raciais da população: classificações e identidades.