A Casa Brasil IBGE SUDENE realizou, junto à turma do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), uma apresentação sobre o uso e aplicação dos dados estatísticos, geográficos e ambientais produzidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A atividade foi organizada pelas professoras doutoras Edvânia Torres Aguiar Gomes e Maria do Carmo Sobral e contou com a participação de alunos de mestrado, doutorado e docentes vinculados à Rede PRODEMA. A iniciativa teve como objetivo principal aproximar os pesquisadores das ferramentas e bases de dados disponíveis para análise e pesquisa acadêmica.

          Alunos Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), da Universidade Federal de Pernambuco, com Marcia Carneiro (IBGE). 

Durante a exposição, foram apresentados os principais recursos do SIDRA – Sistema IBGE de Recuperação Automática –, com demonstrações práticas de como gerar tabelas, quadros, rankings, gráficos e mapas. Os participantes também conheceram a pesquisa de Características do Entorno dos Setores Censitários, útil para análise socioambiental de áreas urbanas, e a plataforma Cidades@, que reúne informações detalhadas sobre os municípios brasileiros.

A pesquisadora Márcia Carneiro também apresentou a pesquisa “Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios”, desenvolvida pelo IBGE com o objetivo de mapear e analisar as condições urbanísticas do entorno domiciliar nos 5.568 municípios brasileiros. Utilizando técnicas de georreferenciamento, o levantamento identificou elementos fundamentais que influenciam a qualidade do espaço público e a acessibilidade urbana, como o tipo de pavimentação, presença de bueiros, iluminação pública, pontos de ônibus ou van, sinalização para bicicletas, calçadas, obstáculos, rampas de acessibilidade e arborização nas vias. Essas informações foram destacadas como ferramentas úteis para estudos socioambientais, planejamento urbano e avaliação da infraestrutura urbana em áreas de interesse dos participantes.

Além dos dados, os alunos puderam conhecer o portal da Casa Brasil IBGE, espaço institucional do IBGE sediado no edifício da SUDENE, que reúne nove macroáreas: Censos, Pesquisas e Indicadores, Geociências, Biblioteca, Memória, Conhecimento, Digital, Regional, Internacional e Educação. A estrutura visa promover o acesso público à informação, incentivar o uso de dados oficiais e ampliar o diálogo com instituições de ensino e pesquisa.

A apresentação integrou o ciclo de ações da Casa Brasil voltadas à disseminação de informações oficiais, com ênfase na educação estatística e geográfica, na democratização do acesso aos dados e na construção de pontes entre produção de conhecimento e políticas públicas. A atividade reforça o compromisso da Casa Brasil IBGE SUDENE com a cooperação institucional, o intercâmbio de saberes e o fortalecimento da pesquisa científica voltada ao desenvolvimento sustentável.

Durante o seminário, o diálogo com os participantes revelou o valor prático das informações e ferramentas apresentadas pelo IBGE. Filipe Nascimento, geógrafo e mestrando do PRODEMA, compartilhou sua satisfação com o evento, destacando a descoberta de novas plataformas e dados que serão cruciais para sua pesquisa. “Gostei muito do curso, pois ele apresentou as diversas plataformas no site do IBGE. Uma nova, para mim, foi a plataforma chamada SIDRA, além de novos dados estatísticos que serão extremamente importantes para a minha pesquisa”, comentou Filipe. Ele explicou que seu foco está nos elementos urbanísticos do entorno e seu impacto na percepção dos parques urbanos no Recife, e que a pesquisa apresentada sobre as características urbanísticas dos setores censitários fornecerá subsídios valiosos para a compreensão dessas dinâmicas.

Veríssimo Pinheiro, também aluno do mestrado, ressaltou a conexão técnica entre o IBGE e as pesquisas acadêmicas. “Achei muito interessante a aula que tivemos hoje, pois ela conseguiu mostrar a relação técnica do IBGE com as pesquisas acadêmicas. É fundamental entender a importância desse levantamento de dados e toda a estrutura do IBGE, e como isso pode corroborar com as pesquisas acadêmicas, estabelecendo uma relação mútua”, afirmou Veríssimo, que é geógrafo formado pela UFPE.

A apresentação despertou o interesse dos participantes, que expuseram demandas específicas relacionadas às suas áreas de pesquisa. A oficina possibilitou o esclarecimento de dúvidas sobre a localização e o uso de dados estatísticos e geográficos, orientando os estudantes sobre como acessar e aplicar, de forma prática e direcionada, as ferramentas e bases disponíveis nos portais do IBGE.

O evento, realizado no âmbito da disciplina “Sociedade e Natureza Fundamento”, reafirma o papel da Casa Brasil IBGE SUDENE na promoção da educação estatística e geográfica, ao demonstrar como os dados censitários e geocientíficos podem ser aplicados na análise das interações entre sociedade e meio ambiente. O espaço se consolida como agente facilitador da democratização do acesso à informação e do intercâmbio de saberes, fortalecendo a cooperação entre instituições de ensino e o IBGE, além de contribuir para o desenvolvimento regional por meio da formação científica voltada às questões socioambientais.