Uso de dados da POF é tema de minicurso promovido pela Casa Brasil IBGE SUDENE
No dia 26 de maio de 2025, a Casa Brasil IBGE SUDENE promoveu um minicurso intitulado “Orçamentos e indicadores de bem-estar: como usar os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF/IBGE)”. O evento, que foi presencial e gratuito, atraiu professores, jornalistas, estudantes e profissionais de áreas afins. O objetivo foi aprofundar os conhecimentos sobre os dados da POF e mostrar como esses dados podem ser utilizados para criar indicadores que reflitam o bem-estar da população.

A abertura do evento contou com as boas-vindas de Ludmila Calado, da SUDENE, e de Marcia Carneiro, do IBGE. Em seguida, Fernanda Estelita Lins, gerente de planejamento e gestão administrativa do IBGE, compartilhou informações sobre a importância da POF e das pesquisas estatísticas e geocientíficas do Instituto. Isailda Pereira, coordenadora estadual da pesquisa, também fez uma apresentação junto com Luciana Alves dos Santos (POF/RJ), antes que Leonardo Santos Oliveira, coordenador nacional da POF, e Romero Maia iniciassem as atividades do minicurso.
O minicurso teve como foco a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), abordando suas aplicações práticas, histórico, metodologia e formas de acesso aos dados. Leonardo e Romero Maia, facilitadores da atividade, explicaram as principais variáveis da POF, como segurança alimentar, aquisição alimentar domiciliar per capita, despesas, rendimentos, indicadores de qualidade de vida, entre outras. Eles destacaram a importância de comparar a aquisição alimentar domiciliar per capita por estado como ferramenta para identificar desigualdades regionais de consumo.

Uma das partes do curso foi a apresentação do gráfico de radar, que permite comparar diferentes variáveis quantitativas, como moradia, educação, serviço público, alimentação, transporte, lazer, saúde, acesso aos serviços financeiros e padrão de vida. A ferramenta gráfica foi utilizada para ilustrar as diferenças entre o primeiro e o último décimo da renda disponível familiar per capita (RDFPC) no Brasil.
Romero também abordou os desafios enfrentados na análise dos indicadores. Citou o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV), que, para o Brasil, foi calculado em 0,158. Esse índice permite comparações entre subgrupos da população — por exemplo, a área rural apresentou um IPQV maior (0,246) do que a média nacional. Ele também apresentou uma tabela de indicadores de desenvolvimento sustentável, na qual o Brasil obteve uma média de 6,201. O Distrito Federal liderou o ranking com 6,970, seguido por São Paulo e Santa Catarina. Pernambuco ocupou a 18ª posição, com 5,589. Por fim, Romero destacou que a renda disponível familiar per capita nacional é de R$ 1.650,78, com destaque para o Distrito Federal (R$ 3.269,68), enquanto Pernambuco apresentou um valor abaixo da média: R$ 1.140,32.
O minicurso contou com a participação de pesquisadores da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, Universidade Federal da Paraíba, Universidade Federal de Pernambuco, Universidade Federal Rural de Pernambuco, do primeiro e único curso de graduação e pós-graduação em Ciência do Consumo do Brasil, Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) da ONU e Instituto Federal de Pernambuco.
O economista e pesquisador José Luís Alonso da Silva, da SUDENE, com quatro décadas de experiência em estudos sobre o Nordeste brasileiro, destacou a relevância do Instituto. Em sua declaração, afirmou que o IBGE é a única fonte de dados em que confia plenamente, ressaltando a credibilidade e precisão das informações produzidas. José Luís enfatizou que realiza seus trabalhos exclusivamente com dados do IBGE, evidenciando o padrão elevado e a importância da instituição para a análise e a pesquisa no país.


Durante o evento, os participantes puderam conhecer mais sobre a história da POF e compreender a evolução dos dados coletados ao longo dos anos. A proposta do minicurso foi capacitar os participantes para que possam aplicar essas informações em suas práticas profissionais, contribuindo para uma análise mais crítica e fundamentada sobre o bem-estar das famílias brasileiras. A atividade também proporcionou um espaço de troca de experiências e fortalecimento de redes entre os profissionais da área.
Resumo dos feedbacks positivos dos participantes do minicurso
O curso sobre indicadores sociais gerou feedbacks positivos entre os participantes. Thatiany Deodato De Lucena, da Organização Internacional para as Migrações, destacou a relevância do conhecimento dos indicadores sociais para seu trabalho. Carlos Eduardo Menezes, professor do IFPE, considerou o curso útil e sugeriu a adoção de um dicionário de variáveis para facilitar o cruzamento de dados. Gabriel Farias Pereira, do Programa de Concessão de Psicologia da UFPB, ressaltou a importância do contato direto com os dados do IBGE e sugeriu a oferta do curso em dois turnos para ampliar a participação. Bárbara Cristina dos Santos Lino, socióloga e consultora da Organização de Estados Ibero-Americanos (OEI) da ONU, viu valor na formação sobre a POF e recomendou mais cursos nesse formato. Diogo Maranhão Madruga, mestrando na ENCE, percebeu o curso como uma oportunidade para relembrar a POF e aplicá-la em pesquisas de mercado. Iris Presley de Oliveira Costa, jornalista do G1, observou que o curso foi direcionado à promoção de uma interpretação clara e responsável dos dados. Ela destacou que a atividade reforçou a importância do uso de dados confiáveis e oficiais como base para a produção de informações confiáveis.


Perspectivas para novos eventos
O professor Dr. Marconi Aurélio e Silva, docente do curso de Ciência do Consumo da Universidade Federal Rural de Pernambuco, considerou o minicurso relevante para a formação dos estudantes e propôs a participação do IBGE com oficinas em dois eventos acadêmicos: o Encontro Nacional de Estudos do Consumo (6, 7 e 8 de outubro de 2025) e a 77ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – 13 a 19 de julho de 2025). A presença de docentes e discentes do curso durante o evento reafirma a importância de integrar o IBGE às discussões acadêmicas sobre consumo, dados públicos e políticas sociais.Fotografia Isailda Pereira, coordenadora estadual da pesquisa, Luciana Alves dos Santos (POF/RJ), Leandro Santos Oliveira, coordenador nacional da POF.
A realização do minicurso também evidenciou a necessidade de novas formações com foco em dados da POF e outros indicadores sociais. Os participantes reforçaram o interesse por atividades similares que aprofundem a leitura crítica e a aplicação dos dados em diferentes áreas do conhecimento e da atuação profissional. O minicurso foi uma oportunidade para aprimorar conhecimentos e conectar-se com outros profissionais da área.
O Rotary Guararapes sediou a apresentação da Casa Brasil IBGE SUDENE, um espaço que combina memória institucional, tecnologia e conhecimento sobre o Brasil. A iniciativa tem o objetivo de buscar conectar a sociedade aos dados gerados pelas pesquisas, à história e às ações do Instituto por meio de uma experiência interativa.
Com o tema “Memória, Presente e Futuro em um Só Lugar: Projeto Casa Brasil IBGE SUDENE”, a apresentação destacou a Casa como um ponto de encontro das diversas áreas de atuação do IBGE, incluindo censos, pesquisas e indicadores, Geociências, Biblioteca, Memória Institucional, comunicação digital, regionalização e cooperação internacional. Os participantes puderam conhecer os detalhes da concepção do projeto, que contou com a colaboração de mais de 60 profissionais de áreas como jornalismo, design, programação visual, entre outros profissionais. Um dos momentos principais da apresentação foi a discussão sobre o Censo Demográfico 2022, que recenseou mais de 203 milhões de brasileiros e visitou cerca de 90,7 milhões de domicílios. A coleta de dados utilizou tecnologias avançadas como tablets, mapas georreferenciados e bases integradas, com forte impacto na formulação de políticas públicas em áreas como saúde, educação, planejamento urbano, entre outras.
Além dos dados censitários e das diversas pesquisas estatísticas, os presentes também conheceram o trabalho em Geociências por meio de mapas, atlas e plataformas digitais. Portais como o IBGEeduca, voltado à educação estatística e geocientífica, também foram destacados, junto com a presença institucional do IBGE nas cinco regiões do país e sua atuação em mais de 50 eventos internacionais no último ano. Durante o evento, os participantes foram convidados a explorar os conteúdos da Casa Brasil IBGE SUDENE tanto presencialmente, como no ambiente virtual. As impressões do público revelaram o impacto positivo da apresentação do projeto.
Com os participantes do Rotary Guararapes(Recife, PE)
O engenheiro Flávio Araújo afirmou: “Confesso que não tinha ideia da magnitude desta instituição. O engenheiro Flávio Araújo afirmou: “Confesso que não tinha ideia da magnitude desta instituição.Trata-se de uma entidade de extrema importância, e tenho plena certeza de que está sendo muito bem representada aqui em Pernambuco. Agradeço pela oportunidade.”
A advogada Judith Fernandes também expressou sua satisfação: “A palestra foi extremamente enriquecedora. As pesquisas que nos foram apresentadas trouxeram dados importantes ereveladores, dos quais não tínhamos conhecimento até então. A contribuição da pesquisadora foi fundamental para ampliarmos nossa compreensão sobre temas relevantes para a nossa comunidade.”
Adalberto Arruda Silva, com doutorado em economia, que atuou na SUDENE em 1962 ao lado de Celso Furtado, mostrou-se bastante interesse ao conhecer o projeto da Casa Brasil IBGE SUDENE: “Fiquei muito satisfeito em saber dessa iniciativa e, com certeza, vou divulgar para outras pessoas.”
Já Alexandra Peixoto, comerciante e professora de formação, demonstrou entusiasmo comos conteúdos disponíveis online: “Estou realmente encantada com este site, especialmente na seção de história sobre o IBGE e as pesquisas antigas. As informações sobre o número de escravos e outros dados históricos são fascinantes. Vou pesquisar muito neste site!”
A repercussão da palestra também foi registrada no boletim oficial do Rotary Guararapes. O texto destacou que “o presidente em exercício do Rotary Guararapes, Willyam Ponzi, agradeceu à senhora Márcia Carneiro por ter aceitado o convite para estar naquela noite nos trazendo informações valiosas do projeto Casa Brasil IBGE SUDENE. Logo em seguida, passou às suas mãos o certificado de agradecimento pela palestra. Em seguida, deu por encerrada a reunião.”
A apresentação foi marcada por reflexões sobre a importância do conhecimento estatístico e geográfico para o desenvolvimento do país, e a Casa Brasil IBGE SUDENE se reafirmou como um espaço estratégico de memória, inovação e serviço à sociedade.